O Estado de S. Paulo
Advogado de formação, o empresário Daniel Nunes Romero começou a carreira aos 18 anos, ainda como estagiário, na área de busca e apreensão de veículos. Hoje, aos 44 anos, está à frente do Grupo DNR, composto por 17 empresas e que emprega 2,4 mil funcionários.
“Aos poucos, fomos construindo negócios para atender todo o mercado de financiamento de veículos”, afirma o presidente e sócio fundador da companhia. Entre os clientes, estão os grandes bancos, consórcios e seguradoras. O grupo fornece serviços de apoio no processo de negociação de veículos, que vão de venda de consórcios a cobrança de financiamento e execução de leilões de automóveis.
Depois de um projeto piloto, o DNR acaba de lançar sua mais nova empresa: uma plataforma voltada para quem está inadimplente no financiamento do carro que procura vender o veículo e quitar as parcelas antes que o automóvel seja levado a leilão. A seguir, trechos da entrevista.
Por que ter tantas empresas diferentes?
Como os nossos clientes, principalmente os grandes bancos, costumam contratar fornecedores diferentes para as várias etapas de negociação de carros, fomos criando o grupo por partes, para atender demandas específicas.
Quais os principais serviços prestado pelo DNR?
A maior parte do nosso negócio está focada no leilão e venda de carros de estoque, seja de bancos, locadoras, lojistas e frotas de empresas. Temos também uma área de cobrança e retomada de veículos, outra de serviços financeiros, voltada para a compra de ativos alternativos (como cotas de consórcios inadimplentes e dívidas judiciais) e uma área de criação de startups voltadas para nosso segmento.
O que fazem essas startups?
As primeiras startups que desenvolvemos (ao todo são oito) eram de aplicativos de venda de estoque online, mais voltados para empresas, no chamado B2B. Depois de um período de testes, acabamos de lançar a plataforma Mais que Clientes, que quer atender o consumidor final que não consegue honrar o pagamento das parcelas no financiamento de automóveis.
A ideia é que, por meio da plataforma, ele consiga vender o veículo antes que o bem vá a leilão ou seja retomado. Hoje, a maior parte das pessoas que não conseguem cumprir o contrato de financiamento perde tudo, perdem o carro e, muitas vezes, ainda fica com o nome sujo. Desde outubro, ainda em período experimental, vendemos 150 veículos nesses moldes, 20% do volume que recebemos. Esse ano, nossa meta é comercializar 5 mil carros por meio deste aplicativo. (O Estado de S. Paulo/Cátia Luz)