AutoIndústria
Após encerrar o ano passado com expansão de 34,2% nas vendas de caminhões e ônibus, para 122,2 mil unidades ante 91 mil registrada em 2018, projeções iniciais da Anfavea indicam mais uma alta nas entregas em 2020, de 16,9%. Caso se consolide a estimativa, o mercado absorverá em torno de 143 mil veículos pesados.
Os números foram divulgados na terça-feira, 7, pela Anfavea durante apresentação do desempenho do setor automotivo em 2019. Para Luiz Carlos Moraes, presidente da associação, o ano começa melhor em relação ao que passou, marcado por indicadores econômicos mais animadores.
“Nunca tivemos uma taxa Selic em patamar tão baixo, que deve se refletir em taxas menores para financiamentos de veículos, a inflação segue controlada, o emprego começa a dar sinais de melhora, há uma retomada nos índices de confiança e o PIB também tende a crescer”, resume Moraes.
Exportações
Embora otimista, o representante da Anfavea aponta deficiências que merecem preocupação, com destaque para a falta de competividade brasileira. “Não podemos nos iludir. É preciso atacar o custo-Brasil, caso o contrário, o fim da crise, a mais longas e persistente que já experimentamos, será o começo de um voo de galinha.”
O tema abordado por Moraes é um dos mais caros para a indústria automotiva, em especial no que diz respeito às exportações, muito dependentes da Argentina e sua oscilações econômicas. Os embarques no ano passado de veículos pesados registraram uma queda de 38,7% com 20,6 mil unidades contra 33,7 mil enviadas em 2018.
Para este ano, o presidente da Anfavea ainda não enxerga um cenário melhor para as exportações de veículos. “Nada indica em curto prazo uma retomada da Argentina. O país convive com juros e inflação muito altos, além de precisar correr para pagar suas dívidas externas.”
Diante do quadro, pelas projeções da associação para 2020 as exportações de veículos pesados deverão apresentar queda de 22,7% em relação a 2019 e chegar por volta de 16 mil unidades.
Produção
Com os embarques em baixa, também a produção será afetada, embora a projeção de crescimento do mercado interno a mantenha em alta. Depois de fechar o ano passado com 141,1 mil caminhões e ônibus produzidos, volume 5,3% superior ao obtido em 2018, a estimativa da associação para 2020 é alcançar algo em torno de 141 mil unidades, que representará uma evolução de 13,4% sobre 2019. (AutoIndústria/Décio Costa)