O Estado de S. Paulo
Com corte dos juros e estímulo ao crédito, a indústria automobilística teve no ano passado o melhor desempenho desde 2014, com vendas totais de 2,78 milhões de veículos no País.
A indústria automobilística teve, em 2019, o melhor volume de vendas domésticas em 5 anos. Dados da Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores) divulgados ontem mostram que 2,78 milhões de unidades foram emplacadas no ano passado, um aumento de 8,65% em relação a 2018. O dado é o melhor desde 2014, quando as vendas de novos veículos somaram 3,5 milhões.
O dado considera automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus. Apenas em dezembro, foram 262,7 mil emplacamentos, alta de 12,04% ante 2018.
Os automóveis comerciais e leves, que representam mais de 90% do setor, registraram 2,65 milhões de emplacamentos no ano passado, alta de 7,65% frente a 2018. Já em dezembro, as vendas somaram 251,9 mil unidades, uma escalada de 12,07% na comparação anual.
Segundo a Fenabrave, a melhora é resultado da queda nos juros básicos da economia e do recuo das taxas de inadimplência e de desemprego, que colaboram “diretamente no aumento da confiança do consumidor e, também, do empresário brasileiro”.
Para o especialista no assunto e sócio da MacroSector Consultores Fabio Silveira, a queda na taxa de juros no último ano – em 2019, a Selic saiu de 6,50% para 4,50% – teve um efeito de estímulo ao crédito e impulsionou a demanda por parte das pessoas físicas. “O aumento nas vendas é consequência direta da queda nos juros, da expansão de crédito e, em alguma medida, do aumento de renda”, apontou.
Mercado interno
De acordo com Silveira, o dado mostra um bom dinamismo do mercado doméstico. E destacou que o setor automobilístico só não teve um desempenho melhor por conta da queda nas exportações, o que limitou a produção de veículos. O baque nas vendas para o exterior tem ligação direta com a crise na economia argentina.
Entre os veículos pesados, houve alta significativa nas vendas de caminhões (33,12%) e de ônibus (38,94%). Foram 128,9 mil unidades vendidas em 2019, a maior parte delas de caminhões (101,7 mil). (O Estado de S. Paulo/Bárbara Nascimento)