Fras-le compra Nakata e amplia atuação no setor de autopeças

O Estado de S. Paulo

 

A multinacional brasileira do ramo de autopeças Fras-le anunciou na tarde desta terça-feira a compra da também brasileira Nakata. Com a aquisição, no valor de R$ 457 milhões, a empresa gaúcha pertencente ao Grupo Randon pretende expandir sua atuação no mercado de reposição (venda aos consumidores).

 

O grupo informa, em nota, que vai manter os 416 funcionários das fábricas da Nakata em São Paulo e Minas Gerais, onde são produzidos componentes destinados a automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas, entre os quais peças para suspensão, direção, transmissão, freio e motor.

 

Essa é a sexta empresa adquirida pela Fras-le nos últimos dois anos no Brasil e no exterior. Desde novembro de 2017, comprou duas fábricas na Argentina (Armetal Autopartes e Farloc), uma no Uruguai (Fenacif), a Federal Mogul, de Sorocaba (SP) e a Fremax, de Joinville (SC), todos fabricantes de autopeças.

“A aquisição reflete a sinergia com os planos estratégicos de crescimento da empresa”, afirma Sergio de Carvalho, presidente da Fras-le e diretor de operações Divisão Autopeças das Empresas Randon. “Com a Nakata, a Fras-le adiciona itens de suspensão, direção e powertrain (conjuntos do motor) aos produtos do sistema de frenagem que já integram o atual portfólio, podendo aumentar significativamente sua penetração no mercado de reposição nacional.”

 

Grupo tem 65 anos

 

O grupo criado em 1954 também tem unidades nos Estados Unidos, China e Índia (joint venture com a ASK), centros de distribuição na Argentina, Alemanha, EUA e Colômbia, e operações comerciais no Chile, México, Emirados Árabes e África do Sul. Mais de 80% das vendas da empresa são voltadas ao mercado de reposição e a outra parte à montadoras.

 

Entre os itens fabricados pela Fras-le estão pastilhas e lonas para freio, revestimentos de embreagem, pastilhas e sapatas para motos, aeronaves, trens e metrôs. Para Jorge Schertel, presidente da Nakata, a união de “duas empresas líderes e complementares produzirão relevantes resultados para seus funcionários, acionistas, clientes e fornecedores”.

 

Segundo a nota da companhia, a conclusão da compra está condicionada à aprovação da Assembleia Geral Extraordinária de acionistas da Fras-le, a ser agendada, e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), assim como dos demais órgãos de defesa da concorrência em outras jurisdições, conforme aplicável. A expectativa é de que o negócio seja consolidado no segundo trimestre de 2020. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)