Mercado mundial de veículos pode “perder um Japão” em 2019

AutoIndústria

 

O mercado mundial de veículos leves deve encerrar 2019 abaixo das 90 milhões de unidades, segundo projeção da GlobalData, empresa global de análises de dados. Caso confirmado, será o pior resultado desde 2015, quando foram vendidos quase 89,7 milhões de automóveis e comerciais leves em todo o planeta.

 

No acumulado de janeiro a outubro, as vendas mundiais bateram em 74,2 milhões de unidades, decréscimo de 4,8% em relação aos dez primeiros meses de 2018. Só no mês passado, chegaram às ruas 7,36 milhões de veículos, 4,1% a menos do que os 7,7 milhões negociados um ano antes.

 

Em 2018 foram vendidos pouco mais de 95 milhões de automóveis e comerciais leves em todo o mundo. A queda de 2019, portanto, equivalerá a quase todo o mercado japonês, que superou 5,2 milhões de unidades no ano passado, de acordo com levantamento da OICA, Organização Internacional dos Construtores de Automóveis.

 

O recorde histórico do setor foi alcançado em 2017, quando aproximadamente 95,7 milhões de veículos chegaram às ruas. No ano seguinte, porém, a estabilidade das vendas na Europa e ligeira evolução na América do Norte e América do Sul não foram suficientes para compensar a queda de cerca de 1 milhão de unidades na Ásia – perto de 800 mil só no mercado chinês, que registrou pouco mais de 28 milhões de veículos vendidos.

 

Junto com a Índia, cujas vendas recuaram 12% até outubro – para 2,9 milhões de unidades -, a desaceleração da China novamente é apontada como um dos principais fatores para o segundo recuo anual do mercado global. Os chineses compraram nos dez primeiros meses do ano quase 22,6 milhões de veículos, 2,1 milhões a menos do que no mesmo período de 2018.

 

“Os observadores do setor que procuram pontos positivos no desempenho acumulado do ano têm poucos mercados nos quais buscar consolo. O Brasil e a Alemanha se destacam por apresentarem desempenho melhor que em 2018, com cerca de 147 mil e 119 mil veículos vendidos a mais, respectivamente”, analisa Calum MacRae, diretor da consultoria. (AutoIndústria)