Correio Braziliense
A redução do consumo de combustível, a diminuição das emissões de gases poluentes e a melhor dirigibilidade são fatores determinantes para o crescimento do mercado de carros híbridos e elétricos no Brasil. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a venda de carros sustentáveis aumentou 20,4% em 2018 na comparação com 2017. De janeiro a agosto deste ano, foram licenciados 4.172 carros e veículos comerciais leves que se encaixam na categoria, de acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).
Em meio a esse cenário favorável, a Volkswagen lançou nesta quarta-feira (20/11) em Brasília o primeiro modelo híbrido com plug-in da marca. O novo Golf GTE chega à disputa com um motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm, abastecido apenas com gasolina. Ao utilizar um propulsor elétrico de 102 cv e 33,6 kgfm, o carro atinge 204 cv de potência combinada e torque máximo de 35,7 kgfm. A autonomia total, combinando o modo elétrico e o motor a combustão, fica na casa dos 900 km. Nesse segmento, o Golf vai concorrer com o Toyota Prius e o Lexus UX.
O Golf é um veículo da categoria hatch médio. O lançamento é uma estratégia para aumentar o desempenho do modelo esportivo em um mercado dominado pela concorrência. Entre os mais vendidos do segmento estão o Chevrolet Cruze, com 2.716 unidades vendidas, seguido pelo Volkswagen Golf, com 979; Ford Focus, com 459; Mercedes-Benz A250, 336 e o Volvo V40, com 241. Desde o início do ano, o Golf passou a dispor apenas do modelo esportivo GTI, com preços a partir de R$ 149.290. O híbrido GTE integra a nova geração dos hatch médio como porta de entrada da marca no ramo dos carros eletrificados, custando R$199.990.
O gerente executivo de marketing do produto da Volkswagen, Max Frik, explicou o diferencial entre os outros modelos de carros híbridos. “O Golf GTE é o primeiro veículo híbrido plug-in que estamos trazendo nessa categoria, já existem alguns outros híbridos plug-in, mas em segmentos bem superiores. A bateria dele pode ser reabastecida diretamente com esse sistema de plug. Esse é o principal diferencial do produto, além, é claro, de todo o conceito de tecnologia interna e modos de condução diferenciada que não tem em produtos do segmento híbrido hoje”, explica.
Infraestrutura
Um dos obstáculos para o crescimento do mercado de carros ecológicos é a falta de infraestrutura no país. Mas há iniciativas para superar as dificuldades. Uma parceria firmada entre Volkswagen, Audi, Porsche, ABB, Electric Mobility Brasil e Siemen com a empresa fornecedora de energia EDP, pretende instalar 30 pontos de recarga para veículos elétricos ligando Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná até o final de 2020. Será uma rota de 2.500 km com fontes de abastecimento, a primeira rede de recarga ultrarrápida da América Latina.
O gerente executivo de desenvolvimento de concessionárias da Volkswagen, Alexandre Abelleira, ressalta a importância de melhorar a infraestrutura para o crescimento do ramo. “O carro elétrico está virando uma realidade. O nosso objetivo é criar, desenvolver e participar desse ecossistema, dando ao cliente interessado um carro mais sustentável. Queremos oferecer não só a possibilidade de comprar o veículo, mas também de poder rodar pelo Brasil com a certeza que ele terá pontos de abastecimento”, afirma. (Correio Braziliense/Rafaela Gonçalves e Carlos Alexandre de Souza)