Locadoras de veículos mantêm ritmo de renovação da frota no Brasil

Portal Canaã

 

As locadoras adquiriram 240 mil veículos zero km no primeiro semestre deste ano e desmobilizaram 150 mil – uma diferença de 90 mil unidades para acrescentar à frota do setor. Os números são de levantamento realizado pela ABLA – Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis.

 

Com isso, as empresas de locação permanecem como as maiores compradoras da indústria automotiva, com 19% dos emplacamentos no primeiro semestre de 2019. Por outro lado, a desmobilização de ativos das locadoras envolveu apenas 2,7% do mercado total de veículos seminovos e usados vendidos durante o primeiro semestre (total de 5,42 milhões de unidades, segundo relatório da Federação dos Revendedores de Seminovos e Usados).

 

O relatório também mostrou que o segmento de veículos desmobilizados pelas locadoras (carros com até três anos de uso) foi o que mais caiu em relação ao primeiro semestre de 2018. “As locadoras não visam rentabilidade com seminovos”, diz Paulo Miguel Junior, presidente do Conselho Nacional da ABLA. “A venda desses veículos atende a necessidade de gerar capital para recompor a frota, que exige cada vez mais uma renovação constante, porém nunca antes de 12 meses”.

 

Paulo Miguel ressalta que as locadoras pagam, na compra dos veículos, o IPI e o ICMS diretamente na nota fiscal. “E uma eventual mudança nesse prazo mínimo para venda de ativos das locadoras, como está sendo discutido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária e pela Câmara dos Deputados, traria desequilíbrio ao mercado”.

 

“Nenhuma locadora retém o veículo por mais de três anos, já que isso implicaria numa enorme desvalorização do ativo”, explica Paulo Miguel Junior. “Se houver aumento no prazo mínimo de 12 meses já estabelecido para a venda do ativo, as empresas do setor terão problemas para recompor a frota”, acrescenta. “Isso atingiria diretamente a essência do negócio de locação e também o próprio mercado automotivo”. (Portal Canaã)