O Estado de S. Paulo
O comércio varejista brasileiro mostrou fôlego em setembro. As vendas cresceram 0,7% em relação a agosto, reforçando os sinais que indústria e serviços já tinham mostrado. A atividade econômica manteve a tendência de recuperação no terceiro trimestre, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE.
“Os dados são positivos e mostram que, apesar do cenário externo mais desafiador, temos uma melhora visível do ponto de vista doméstico”, disse o economista-chefe do Haitong Banco de Investimento, Flávio Serrano.
Apesar do bom desempenho, os resultados de setembro não mudam substancialmente a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano. A CNC manteve sua projeção de alta de 0,4% no PIB brasileiro no terceiro trimestre, ante o segundo de 2019.
“Os serviços consumidos pelas famílias caíram. Foi muito bom em setembro, mas o trimestre não chegou a ser espetacular”, resumiu o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As vendas do comércio varejista subiram 1,6% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre de 2019. Em setembro, as promoções da Semana do Brasil e o início dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) liberado podem ter turbinado o desempenho do setor, avaliou Isabella Nunes, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.
Sete entre as oito atividades do varejo registraram crescimento na passagem de agosto para setembro. Considerando o comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos e Material de Construção, o volume de vendas subiu 0,9% em setembro ante agosto. O setor de Veículos cresceu 1,2%, enquanto Material de Construção avançou 1,5%.
Com o resultado de setembro, o comércio varejista completou cinco meses de altas consecutivas. O setor tem sido beneficiado pelo comportamento benigno dos preços e pela expansão do crédito ao consumidor ao longo de 2019, disse Fabio Bentes. (O Estado de S. Paulo/Daniela Amorim e Cícero Cotrim)