Caoa ainda tenta buscar dinheiro para a Ford

O Estado de S. Paulo

 

O grupo brasileiro Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, ainda não conseguiu financiamento para efetivar a compra da fábrica da Ford no ABC Paulista, que fechará as portas no fim do mês.

 

De acordo com o secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, “o Carlos Alberto está lutando e precisa de financiamento”. Ele disse que o Estado pode ajudar, por meio da agência DesenvolveSP, mas com valor pequeno perto do que o empresário precisa para o investimento. Ele não revelou valores.

 

Segundo fontes do mercado, Caoa contava com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não teve sucesso. Foi então em busca de um parceiro chinês, um deles a montadora Changan, mas ainda não há retorno das negociações. Meirelles sugeriu ao executivo buscar financiamento no Banco de Desenvolvimento da China, já que negocia com um grupo local.

 

“O banco chinês disse a mim e ao governador João Doria que aprovou US$ 10 bilhões para uma linha de crédito para projetos chineses com interesse no Brasil e particularmente em São Paulo”, afirmou o secretário.

 

Procurado, o grupo Caoa disse não poder “se manifestar no momento por tem contrato de confidencialidade (com os envolvidos)”. A Ford também não comentou.

 

A montadora anunciou em fevereiro que encerraria as atividades da fábrica de São Bernardo do Campo, motivada por decisão global da empresa de sair do mercado de caminhões, e por não ter projeto para um novo automóvel na planta. O único carro feito no local, o Fiesta, teve a linha paralisada em junho.

 

Após o anúncio, o Doria procurou a Ford e se ofereceu para buscar um comprador, na tentativa de preservar empregos. A fábrica tinha 2 mil funcionários e hoje cerca de mil. O grupo Caoa foi o único que avançou em negociações para ficar com a fábrica que precisa de altos investimentos para modernizar processos de produção. Em setembro, Doria anunciou que as empresas chegaram a um entendimento, mas ainda havia pontos pendentes. Ele estipulou prazo até dia 31 para um anúncio.

 

“O banco chinês disse a mim e ao (João) Doria que aprovou US$ 10 bilhões para uma linha de crédito para projetos chineses com interesse no Brasil e em São Paulo”, Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. (O Estado de S. Paulo)