Volvo avalia produzir modelo de caminhão elétrico no Brasil

O Estado de S. Paulo

 

A Volvo iniciou neste ano na Europa as vendas do caminhão FL elétrico, e já avalia a possibilidade de produção do veículo no Brasil, segundo maior mercado da marca sueca, atrás dos EUA.

 

Em visita ao País para participar do Salão do Transporte Rodoviário de Carga (Fenatran), que ocorre em São Paulo, o presidente mundial do Grupo Volvo, Martin Lundstedt, afirmou que o produto será o mesmo da Europa, mas com desenvolvimento local para atender particularidades do mercado brasileiro.

 

“Vamos intensificar as vendas do elétrico (na Europa) em 2020 e, quando acharmos que é o momento, vamos ter produção local”, disse. A versão FL tem capacidade para até 16 toneladas de carga e a FE para até 27 toneladas para uso na distribuição de produtos e coleta de lixo.

 

Os veículos semipesados da Volvo não vão disputar mercado com os da Volkswagen Caminhões, que serão produzidos em Resende (RJ) a partir do próximo ano e terão capacidade menor, de até 13 toneladas.

 

Outra marca que disputará mercado, mas na categoria semileve, é o JAC iEV1200T, previsto para ser importado da China a partir de novembro.

 

Lundstedt afirmou estar otimista com a recuperação das vendas no País, o que colocou a subsidiária brasileira novamente na segunda posição entre os maiores mercados da marca. No pior momento da crise econômica, entre 2016 e 2017, o Brasil ficou em sexto lugar.

 

De janeiro a setembro, o mercado total de caminhões cresceu 40% ante a igual período de 2018, para 74,2 mil unidades. A Volvo, que atua só nos segmentos de semipesados e pesados, cresceu 55%, para 11,6 mil unidades. O maior mercado da marca, os EUA, teve vendas de cerca de 30 mil caminhões da marca.

 

Autônomos

 

Outra grande aposta da Volvo, o caminhão autônomo, também avança na Europa com o início de testes do Vera, modelo que tem nível 4 de automação (não tem volantes e nem pedais). O modelo está em operação em um porto na Suécia.

 

A empresa também desenvolveu o FH com nível 2 de autonomia (faz parte do trajeto sem interferência do motorista, mas ele fica na cabine). Essa versão está em uso em minas na Noruega e, segundo Lundstedt, “tem elevado potencial para ser usado pela indústria da mineração no Brasil”.

 

Desde 2017, a filial brasileira iniciou vendas do caminhão VM autônomo também nível 2, desenvolvido no País, para operar em lavouras de cana-de-açúcar. Foram vendidas sete unidades.

 

A Mercedes-Benz tem dois modelos autônomos operando no recolhimento da cana, o Axor (22 unidades vendidas), e o Atego, que estará disponível para test drive na Fenatran, que ocorre entre os dias 14 e 18 (com apresentações à imprensa amanhã). (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)