Castello Branco critica tabela de frete e política de créditos do BNDES

Frota & Cia

 

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, voltou a criticar a tabela de frete. De acordo com o executivo, a medida estimulou o crescimento da frota no país, que segundo ele avançou 47,3% de 2008 a 2017. Para Castello Branco, juntamente com o piso mínimo do preço do diesel, a política do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para o crédito subsidiado foram os principais responsáveis pelo “sofrimento dos caminhoneiros”.

 

“Primeiro pela política de crédito subsidiado irresponsável por conta do BNDES. Entre 2007 e 2015 expandiu dramaticamente a oferta de crédito a juros subsidiado, incentivando irresponsavelmente a aquisição de caminhoneiro. Assim, muita gente que nem era do ramo foi atraída a comprar caminhão. A demanda por transporte de carga minguou e havia um excesso de caminhões na estrada, que continua pela solução adotada pelo governo passado do tabelamento de frete”, disse ao participar nesta terça-feira (8/10) da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

 

Segundo o presidente da Petrobras, na tentativa de proteger sua rentabilidade, o setor do agronegócio adquiriu caminhões. Dessa forma, contribuindo para o aumento da frota nacional.

 

O problema do preço do frete não é o diesel

 

De acordo com Castello Branco, o maior problema para o setor caminhoneiro do Brasil é a má condição das estradas brasileiras. “90% das estradas desse país não são pavimentadas, de acordo com a Confederação Nacional de Transportes. Então, não é o diesel o problema efetivo. É a falta de carga e a má condição das estradas brasileiras”.

 

Castello Branco acrescentou que a estatal implementou medidas para proteger o caminhoneiro da flutuação do preço do diesel, como a criação do cartão do caminhoneiro. “É um instrumento muito flexível e que demonstra nossa preocupação com o caminhoneiro, que tem sofrido muito”, disse. (Frota & Cia/André Garcia)