O Estado de S. Paulo
O governo lançará nesta sexta-feira, 20, um programa de investimentos em projetos de inovação do setor automotivo que deverá receber R$ 200 milhões por ano. Os recursos virão de benefícios fiscais previstos no Rota 2030, aprovado no ano passado, e vão tirar do papel um dos pilares do programa, que é o investimento em pesquisa e desenvolvimento.
A expectativa é que a verba seja utilizada para aumentar a produtividade da cadeia automotiva e em projetos como de carros elétricos, eficiência energética, internet das coisas, manufatura 4.0, digitalização de produção e conectividade.
Carros
No Rota 2030, o governo zerou a alíquota de importação de autopeças não produzidas no país e, em troca, as montadoras habilitadas no programa teriam que depositar 2% do valor das importações em uma espécie de fundo, para que os recursos fossem investidos em tecnologia no próprio setor. Até agora, porém, esse dinheiro ainda não havia sido destinado à cadeia automotiva.
Nesta sexta, serão lançados seis programas prioritários para a liberação dos valores, que serão destinados a projetos aprovados pelo Conselho Gestor do Rota 2030. Cada programa será gerido por uma entidade: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Senai, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa de Minas Gerais (Fundep, responsável por dois programas).
Com o lançamento dos programas, os aportes das montadoras serão feitos diretamente para as entidades. Nesta política, as empresas importadoras habilitadas escolhem, um ou mais dentre os programas previamente credenciados e realizam mensalmente os aportes, na proporção de suas importações. “Este recurso não passa pelo governo, que faz o acompanhamento e monitoramento da execução dos programas”, explicou a Secretaria de Produtividade do Ministério da Economia.
O diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Jorge Guimarães, explica que cada entidade gestora deverá captar cerca de R$ 40 milhões e disputarão entre elas a atração de projetos. “Cada um terá características e projetos próprios. Nós, por exemplo, temos a vantagem de sermos uma entidade enxuta e com zero burocracia em relação a outras agências de fomento”, afirmou.
Ele explicou que, no caso da Embrapii, as 42 unidades da empresa terão autorização para liberar os recursos para os projetos já aprovados pelo Conselho Gestor do Rota 2030, o que deverá acelerar o processo.
O lançamento dos programas prioritários será feito em um evento amanhã na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) com representantes da entidade e do Ministério da Economia. (O Estado de S. Paulo/Lorenna Rodrigues)