AutoIndústria
A Hyundai lançou ontem, a linha 2020 dos nacionais HB20, HB20 sedã e HB20 X. Os modelos representam mais de 70% de tudo que a empresa produz em Piracicaba (SP) e vende no mercado interno. Mais do que a mudança de ano-modelo, a nova linha é a segunda geração da família surgida em 2012 com o hatch, carro que já superou 1,1 milhão de unidades negociadas no Brasil desde então.
Eduardo Jin, presidente e CEO da Hyundai Motor Brasil e também para as Américas do Sul e Central, revela que a nova geração consumiu investimentos da ordem de US$ 200 milhões nos produtos, treinamento, rede e marketing. A empresa já anunciara, no início do ano, R$ 125 milhões para aumentar a capacidade produtiva da planta inaugurada há sete anos.
Neste período, Piracicaba passou das 150 mil unidades para 180 mil e agora pode fabricar 210 mil veículos anuais. Segundo Jin, cerca de 150 mil da família HB20 e 60 mil do utilitário esportivo Creta, derivados da mesma plataforma e montados na mesma linha. Exatamente por isso, admite o presidente da Hyundai, essa proporção pode variar, a depender da demanda por um ou outro modelo.
Ainda assim, Jin não esconde que estuda mais uma ampliação da capacidade de produção da operação brasileira. Indagado se, para isso, poderia ter outra unidade no País e não apenas aumentar a atual estrutura de Piracicaba, respondeu, com discreto riso: “Isso não posso comentar”.
A apresentação da segunda geração da família HB20 reuniu na Ilha de Comandatuba, Bahia, também importadores da marca de dez países latino-americanos. A ideia é mensurar o interesse deles pelos novos modelos brasileiros. Hoje o HB20 é negociado, de forma residual, apenas na Colômbia, Paraguai e Uruguai.
Eventuais novos contratos de exportação, assim, praticamente selariam a decisão de mais investimento em capacidade produtiva, uma vez que a Hyundai tem vendido no mercado interno absolutamente tudo que produz. Em 2018, por exemplo, foram emplacados 105,5 mil HB20, 32 mil HB20 sedã e 32 mil unidades do Creta. Ou seja: mais do que a capacidade declarada da planta até então.
E a linha 2020 do HB20 – assim espera Jin – pode enfatizar essa limitação produtiva. Afinal, além de versões do hatch e sedã com aprimoramentos dos conhecidos motores 1.0 e 1.6 aspirados, ambos ganharam a opção de um novo motor turbo 1.0 de injeção direta e 120 cavalos de potência e, com isso, o leque de preços e versões cresceu.
Em outubro, chegara às revendas o hatch com preços a partir R$ 46.490,00 até R$ 77.990,00 da versão Diamond Plus 1.0 turbo. Para o mês seguinte estão previstos o início das vendas do HB20S, o sedã, e do HB20X, que vão, respectivamente, de R$ 58.390,00 até R$ 81.290,00 e de R$ 62.990,00 a R$ 79.590,00.
Segundo Rodolfo Stopa, gerente geral de produto, a nova linha atacará, sobretudo, as faixas mais baixas de preço, onde hoje HB20 e HB20S têm mais vendas e devem elevar a competição também por clientes de produtos mais caros.
Exatamente por isso as versões superiores trazem recursos até agora inéditos para o segmento: como sistema autônomo de frenagem, que reduz ou até para o veículo sem a atuação do motorista caso identifique risco de colisão ou atropelamento, e avisos luminoso e sonoro de mudança de faixa de rolamento. Mas há também os mais comuns sistemas de estabilidade, de auxílio de partida em rampa, start- stop e sensores de estacionamento com câmera de ré.
A segunda geração também ganhou em espaço interno, com aumento de entre eixos da ordem de 3 centímetros. A carroceria, tanto do hacth quanto do sedã, também cresceu quase nessa mesma proporção na largura e comprimento.
O novo desenho passa longe de ser revolucionário e, na verdade, aproxima o HB20, que se notabilizou inicialmente pelo estilo diferenciado, de traços conhecidos de modelos de outras marcas. As mudanças no sedã devem chamar mais a atenção em decorrência do formato da terceira coluna, quase uma linha contínua do teto.
O interior também mudou e para melhor. A Hyundai trocou o rebuscamento da primeira geração pela simplicidade de poucos elementos estéticos. Nas versões intermediárias e superiores, surge, a exemplo da maioria dos novos veículos, a tela multimídia destacada da parte superior do painel. (AutoIndústria/George Guimarães)