O Estado de S. Paulo
O interesse das empresas em investir na exploração e produção de petróleo no País foi reafirmado no primeiro leilão permanente de áreas marítimas e terrestres promovido há poucos dias pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foram promissores os resultados do certame – denominado 1.º Ciclo da Oferta Permanente de blocos exploratórios, dividido entre áreas exploratórias e acumulações (áreas) marginais. Nas exploratórias, o ágio médio foi de 61,48% e, nas marginais, atingiu 2.221%. A arrecadação sob a forma de bônus de assinatura para áreas exploratórias atingiu R$ 15,3 milhões. Nas acumulações marginais, o bônus foi de R$ 6,98 milhões. Estima-se que as empresas devam investir R$ 320 milhões.
O aspecto inovador dos leilões está em que os blocos exploratórios ofertados haviam sido abandonados pelos concessionários ou já licitados em outras rodadas da ANP sem despertar interesse, embora muitos sejam tratados pela agência reguladora como áreas com bom potencial. Trata-se, assim, de atrair investidores para áreas que não despertavam interesse. Há centenas de áreas nessa condição.
Petro-Victory, Phoenix, Imetame, Geopark, Petroil, Oil Group, Creative Energy, Great Energy, Brasil Refinarias, Guindastes Locações, Petromais Global, Eagle, Perícia Engenharia e Andorinha Petróleo estão entre as pequenas petroleiras vencedoras do leilão. Mas também participou a ExxonMobil, maior petroleira do mundo, que venceu três concessões em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas, em consórcio com a brasileira Enauta e a norte-americana Murphy.
Dos 287 ativos oferecidos pela ANP, 45 foram negociados: 33 áreas exploratórias e 12 inativas. A licitação abrangeu blocos nas Bacias do Parnaíba, Potiguar, do Recôncavo, de Campos e Sergipe-Alagoas. Áreas com acumulações marginais foram leiloadas nas Bacias do Espírito Santo, Potiguar, do Recôncavo e de Sergipe-Alagoas.
Há regras próprias do leilão permanente. Os investidores devem manifestar previamente seu interesse. A ANP pode abrir licitações a qualquer momento, para assegurar que haja competição. O objetivo de atrair novas empresas para exploração de petróleo foi atingido, notou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone. Cresceu em 11% o número de contratos de exploração. O resultado, disse Oddone, foi “surpreendentemente positivo”. (O Estado de S. Paulo)