AutoIndústria
Antes chamados de populares e hoje com opção turbo em vários modelos, os carros 1.0 voltaram a ganhar participação no mercado este ano. Em agosto, por exemplo, atingiram participação de 39,8%, ganho de 4,5 pontos porcentuais em relação à média de 35,3% do ano passado. O índice médio deste ano está em 38%.
Alguns fatores explicam a volta do interesse pelo 1.0, que no passado chegaram a responder por mais de 70% do mercado – o auge foi em 2001 – e em alguns momentos foram até desacreditados no País, com previsão de terem participação insignificante ou até mesmo acabarem.
Um dos fatores é o avanço da motorização 1.0, como lembrou nesta quinta-feira, 5, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao ser questionado sobre o aumento da participação desses modelos nas vendas internas. Em função das metas de eficiência energética do InovarAuto, investiu-se muito nessa motorização, com a opção de três cilindros e a adoção do turbo.
O motor 1.0 turbo é oferecido em modelos como o Polo, Virtus, Up e T-Cross, da Volkswagen, e no HB20 e HB20S, da Hyundai. A General Motors promete essa motorização para o Onix, que chega renovado ao mercado na próxima semana. Ou seja, o motor 1.0 não se limita mais aos veículos de entrada como era no passado. Equipam hatches pequenos, sedãs e até SUVs.
Outro fator pode ser a questão da renda do brasileiro, que está mais apertada. Isso pode gerar uma migração para as opções mais baratas dentro de cada linha, favorecendo a motorização 1.0, como admitiu o presidente da Anfavea, ao reconhecer que o crescimento desse segmento do mercado significa redução da margem média das montadoras. “O ticket é menor”, comentou.
O crescimento das vendas diretas em maior índice do que o varejo também pode estar contribuindo para a ascensão do 1.0, por ser um modelo de maior procura nas locadoras de veículos.
Certo é que a demanda pelos carros com motorização 1.0 cresce em índice bem maior do que o da média do mercado. Foram emplacados no período de janeiro a agosto total de 553,6 mil carros com essa motorização, um crescimento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado (468,9 mil licenciamentos).
Já a demanda pelos carros com motor com mais de 1.000 cc até 2.000 cc cresceu 4,1% – de 847,7 mil para 882,3 mil – e a por automóveis acima de 2.000 cc teve queda de 0,2%, de 21.876 para 21.837 unidades. Na média do mercado de automóveis e comerciais leves, a alta foi de 8,8%, de 1.632.877 para 1.794.773 veículos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)