Volks supera mercado em queda e amplia lucros com aposta em SUVs

UOL Carros

 

A Volkswagen adotou a mesma estratégia do grupo PSA ao aproveitar as vendas de utilitários esportivos mais rentáveis para se destacar contra uma multidão de montadoras que enfrentam uma crise no setor.

 

No mesmo dia em que a Nissan Motor disse que planeja demitir cerca de 10% de sua força de trabalho depois que o lucro trimestral foi praticamente zerado, a Volks superou as expectativas de lucro em um ambiente cada vez mais difícil.

 

Modelos como o crossover T-Roc e Skoda Karoq respondem por cerca de 35% das encomendas este ano, em comparação com apenas 25% no ano passado, uma virada após a Volks ter ficado atrás das concorrentes no mercado de SUVs durante anos. As vendas de SUVs mais caros ajudaram a impulsionar o retorno sobre as vendas da PSA, fabricante do Peugeot, para um nível recorde.

 

“Nosso mix de modelos está melhorando e fomos bem-sucedidos com nos preços”, disse o diretor financeiro da Volks, Frank Witter, em entrevista à Bloomberg TV. O segundo semestre do ano será “potencialmente difícil” em um “ambiente de mercado mais fraco”, disse.

 

Para combater a queda na demanda, a Volkswagen reduziu os planos de produção em cerca de 450 mil unidades este ano e, se necessário, vai cortar ainda mais a produção, disse Witter. O corte da produção da Volks equivale aproximadamente à produção anual de uma de suas 122 fábricas em todo o mundo e excede a meta de entregas da Tesla em 2019, entre 360 mil e 400 mil unidades.

 

A China, o maior mercado automotivo do mundo, encolheu 12% até junho, acompanhando quedas nos EUA e na Europa. A Nissan informou nesta quinta-feira que vai cortar 12,5 mil empregos, reduzir a capacidade de produção global em 10% até o final do ano fiscal de 2022 e diminuir sua linha de modelos.

 

“A Volks pode ter novos recordes de vendas, receita e resultados operacionais este ano”, disse em nota o analista Frank Schwope, do NordLB. “No entanto, o agravamento dos conflitos comerciais e altos investimentos contínuos em futura tecnologia para carros elétricos e autônomos causarão um ambiente volátil”. (UOL Carros/Matthew Miller)