Portal Época
O próximo dia 31 de julho marca o fim definitivo do expediente para 750 funcionários da fábrica da Ford situada no município de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Todos eles foram demitidos e trabalhavam na linha de montagem do Fiesta, modelo lançado há 23 anos no Brasil, que teve sua produção encerrada em 13 de junho.
Outras demissões estão programadas: em 31 de outubro chega ao fim a produção de caminhões da Ford, que emprega 1,1 mil funcionários.
A decisão de encerrar a fabricação de caminhões na América do Sul faz parte de um projeto amplo de reestruturação global da Ford, que prevê mais de 7 mil demissões no mundo.
Diante do declínio da fábrica em São Bernardo do Campo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a sinalizar que ajudaria a procurar por um investidor privado disposto a assumir a fábrica de caminhões da Ford. Mas ainda não houve avanços em negociações pela unidade no ABC paulista.
O mais forte candidato à compra da fábrica era o grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que chegou a assinar contrato de confidencialidade para negociar com a direção da montadora. Mas segundo fontes, as conversas emperraram depois que o empresário fez muitas “exigências fiscais” ao governo de São Paulo.
“A expectativa é que os funcionários que venham a ser dispensados sejam readmitidos após o processo de compra da fábrica, tendo em vista que estes profissionais são qualificados e detêm um profundo conhecimento sobre as instalações e os equipamentos da unidade fabril. Outro fator importante é que, assim que as negociações estiverem concluídas, a nova fábrica poderá aderir ao IncentivAuto (pacote de incentivos do governo estadual para o setor automotivo). Para isso, terá que se comprometer com a geração de 400 novos empregos a cada R$ 1 bilhão de investimento”, afirmou o governo em nota.
Procurada, a Ford informou que, com o fim da produção do Fiesta em 13 de junho, foi necessário adequar seu o quadro de funcionários e dar início ao processo de desligamento de 750 empregados ociosos.
“A iniciativa é parte do processo de encerramento das operações de manufatura na fábrica de São Bernardo do Campo como consequência da estratégia global de deixar de atuar no segmento de caminhões na América do Sul”. (Portal Época/João Sorima Neto)