Diário do Comércio/Reuters
O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que o Brasil, que ocupa a presidência rotativa do Mercosul, irá trabalhar para incluir os setores automotivo e o de açúcar na união aduaneira.
“Trabalharemos para incluir finalmente os automóveis e o açúcar na união aduaneira… é injustificável que ainda não haja um entendimento entre nós”, disse Bolsonaro em discurso na cúpula do bloco, em Santa Fé, na Argentina.
“Atuaremos de igual maneira pelo m das repetidas prorrogações dos regimes especiais”, acrescentou. “Ou as tarifas são comuns ou não são, não queremos uma união aduaneira pela metade”.
Bolsonaro voltou a defender que nenhum país sul-americano trilhe o caminho da Venezuela – país que vive uma crise econômica, política e social – e fez um apelo pelo que chamou de voto responsável nas eleições majoritárias, citando especificamente a Argentina, que terá eleição presidencial em outubro.
“Não queremos em mais nenhum país da América do Sul o que, infelizmente, vem acontecendo com a nossa Venezuela”, disse Bolsonaro.
“Então a gente sempre pede a Deus, mas apela às pessoas de bem de todos os países, em especial na Argentina porque estou aqui hoje, a responsabilidade do voto de cada um de nós para que aquele que realmente tenha compromisso com a liberdade, com a democracia e com a prosperidade possa ocupar esse cargo majoritário na sua respectiva nação”.
O presidente argentino, Mauricio Macri, é candidato à reeleição em outubro e Bolsonaro tem criticado a possibilidade da ex-presidente Cristina Kirchner, candidata a vice em outra chapa e que foi alinhada aos governos petistas no Brasil, voltar ao poder.
Acordo
Os países do Mercosul se reuniram ontem na Argentina, com planos sobre como agilizar a entrada em vigor do tratado de livre comércio fechado recentemente com a União Europeia (UE) e acelerar a assinatura de novos acordos.
Os presidentes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai se juntaram em Santa Fé, no cinturão de grãos dos Pampas argentinos, menos de um mês depois de o Mercosul ter fechado com a UE acordo comercial.
O acordo marca uma rara vitória do livre comércio em meio ao crescente protecionismo global, embora ainda precise ser ratificado, a princípio pelos Parlamentos nacionais, mas os membros do Mercosul indicaram estar dispostos a buscar um modo para acelerar a implementação.
“Todos somos a favor de que (o acordo) possa ter um ponto de entrada provisória em função da discussão que cada um (dos membros do Mercosul) está tendo diante de seus respectivos Parlamentos”, disse na terça-feira (16) à noite a jornalistas o chanceler argentino, Jorge Faurie.
O ministro de Produção da Argentina, Dante Sica, disse que ministros do Comércio buscavam acelerar a implementação do acordo, o que poderia ocorrer de forma interina para cada país assim que parlamentares nacionais o aprovarem. (Diário do Comércio/Reuters)