Excesso de SUVs pode trazer problemas para as fabricantes, aponta relatório

Portal Autoo

 

O Bank of America Merril Lynch divulga nesta semana seu estudo anual Cars Wars, focado no setor automotivo dos EUA e que aponta algumas conclusões interessantes sobre o mercado e que podem valer também para outros mercados e regiões.

 

Um dos dados relevantes do Cars Wars 2019 foi que os autores do estudo apontam para alguns riscos que a “saturação” de SUVs e crossovers no mercado pode acarretar para as fabricantes. De acordo com o trabalho da instituição financeira, o mercado cada vez mais carregado de utilitários esportivos pode comprometer a lucratividade das montadoras a ponto que o retorno entregue por esses modelos passe a ser o mesmo – ou até menor – do que as marcas obtêm com a venda de sedans nos EUA.

 

Outra constatação é que, ao focarem o desenvolvimento de novos produtos majoritariamente em SUVs e picapes, as principais fabricantes globais podem deixar seus concessionários sem modelos mais acessíveis em seus showrooms, tipo de veículo que funciona como um chamariz para novos consumidores, portanto tem um papel relevante frente ao público.

 

O relatório do Bank of America Merril Lynch ainda aponta um grande volume de novidades chegando ao mercado dos EUA nos próximos anos. De acordo com o relatório, no período de 2020 a 2023, 246 modelos novos ou significativamente atualizados chegarão ao mercado dos EUA, uma média de 62 novidades ao ano no período em questão. A pesquisa cita que, de 2000 a 2019, foram realizados por volta de 40 lançamentos/ano.

 

O Cars Wars 2019 ainda prevê uma queda na venda de carros novos nos EUA na medida em que avançarmos para a próxima década, o que levará a uma busca cada vez maior por lucratividade em cada automóvel comercializado por parte das montadoras. As marcas japonesas ainda deverão apostar em carros de passeio, ao contrário das concorrentes norte-americanas que migraram de vez para SUVs e picapes.

 

Por fim, o relatório de tendências do setor automotivo nos EUA revela que modelos com propulsão alternativa, incluindo elétricos e híbridos, ainda levarão mais tempo para se popularizar no mercado devido aos custos de desenvolvimento ainda elevados, o que os torna muito mais caros frente aos veículos com motores convencionais. (Portal Autoo)