As variações das vendas diretas por marca

AutoIndústria

 

Apesar de os números totais do mercado de automóveis e comerciais leves indicar crescimento de 11,1% no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, o movimento no varejo está praticamente estagnado em relação ao ano passado.

 

A expansão está sendo sustentada pelas vendas diretas, aquelas feitas junto a frotistas, taxistas, pequenos produtores rurais e pessoas com deficiência (PcD), que evoluíram 27,2% este ano. Passaram de 362 mil unidades no período janeiro-maio de 2018 para 460,8 mil no mesmo acumulado de 2019.

 

Em contrapartida, os negócios com o consumidor comum, que garantem melhor margem aos concessionários, evoluíram somente 0,8%. Ou seja, os volumes são extremamente próximos – 574,7 mil este ano contra 570 mil nos primeiros cinco meses do ano passado.

 

Todas as montadoras se valem das vendas diretas para fazerem volumes, mas é grande a diferença das participações desse tipo de transação nos negócios de cada marca. Na média, segundo dados da Fenabrave, as vendas diretas responderam por 46,8% das vendas totais de automóveis e comerciais leves em maio.

 

Mas se pegarmos as dez marcas mais vendidas no País, vemos que a participação das vendas diretas variou de apenas 14% no caso da Honda a 68% nos emplacamentos totais da Jeep, conforme revela fonte do varejo automotivo com base em dados do Renavam.

 

Das 10,8 mil unidades comercializadas pela Jeep no mês passado, 7,3 mil foram por meio das vendas diretas e apenas 3,5 mil junto ao consumidor comum. Em contrapartida, a Honda emplacou 11,9 mil automóveis em maio, dos quais menos de 1,7 mil de forma direta.

 

Depois da Honda, as marcas que menos dependem das vendas diretas – com índices idênticos de 30% – são a Toyota e a Hyundai. No caso das três primeiras colocadas no ranking geral – General Motors, Volkswagen e Fiat, respectivamente –, todas vendem mais no atacado do que no varejo.

 

No caso da Fiat, das 31,5 mil unidades que comercializou em maio, apenas 12,7 mil foram vendidas para o consumidor comum. As 18,8 mil restantes, ou 60%, foram vendas diretas. A líder General Motors emplacou 41,4 mil veículos, dos quais 21,7 mil no atacado – participação de 52% – e 19,4 mil no varejo.

 

Pelo levantamento obtido pelo AutoIndústria, a Volkswagen inclui em seu balanço mensal os veículos leves e pesados. De um total de 41 mil emplacamentos em maio, 22 mil foram vendas diretas, participação de 52%.

 

Complementando a lista das dez marcas mais vendidas no País, as vendas diretas respondem por 52% no caso da Ford, 48% na Toyota e 42% na Nissan.

 

Independentemente do peso dos negócios no atacado em cada marca, certo é que o mercado de veículos perdeu o ritmo de crescimento que vinha desde o ano passado. Em comunicado da Fenabrave sobre o balanço de maio, o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, deixa claro que o consumidor começa a se retrair.

 

“Ao analisar o desempenho, em dias úteis, sendo 22 em maio contra 21 em abril, o mercado como um todo evoluiu apenas 0,78%. Essa estabilidade é o reflexo da frustração da população, causada pela demora na aprovação das reformas, o que resulta na queda das expectativas, tanto do consumidor, quanto do empresário”, avalia o presidente da Fenabrave. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)