Fiat Chrysler propõe fusão com Renault

O Estado de S. Paulo/Agência AFP

 

A montadora Fiat Chrysler (FCA) apresentou nesta segunda-feira, 27, uma proposta de fusão com a francesa Renault, o que criaria o terceiro maior grupo mundial do setor.

 

Segundo a proposta da FCA, a montadora ítalo-americana seria dona de 50% das ações e o restante seria de propriedade da Renault. As ações teriam cotações nas bolsas de Nova York e Milão, explicou a Fiat Chrysler em um comunicado. O conselho administrativo da Renault se reunirá ainda nesta segunda para avaliar a proposta de fusão.

 

Segundo a FCA, a fusão criaria o terceiro maior grupo automobilístico do mundo, com vendas anuais de 8,7 milhões de veículos e “uma forte presença em regiões e segmentos chave”. A fusão não provocaria o fechamento de fábricas, afirmou a companhia.

 

Uma fonte próxima às negociações afirmou que não se espera uma decisão nesta segunda-feira, o que deve “demorar dias, até semanas”. O conselho de administração da Renault definirá apenas se estuda a proposta.

 

As ações dos dois grupos operavam em alta após o anúncio. O título da FCA chegou a registrar avanço de 18% na Bolsa de Milão, antes de recuar para 14,30%, a € 13,094. A ação da Renault subia 13,65%, a € 56,81.

 

Aprovação da França

 

O governo francês é favorável à aliança, mas “é necessário que as condições da fusão sejam favoráveis ao desenvolvimento econômico da Renault e evidentemente aos funcionários da Renault”, afirmou a porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye.

 

A Fiat Chrysler indicou que a linha de produção das duas empresas é “ampla e complementar, e daria uma cobertura completa ao mercado, do segmento de luxo até o voltado para o grande público.

 

FCA e Renault produzem automóveis de nível intermediário e populares, o que significa que poderiam compartilhar os avanços tecnológicos, afirmam analistas.

 

A Renault poderia contribuir com sua tecnologia para o desenvolvimento de motores elétricos, enquanto a Fiat Chrysler entraria com sua conta no mercado americano e seus veículos 4×4 e picapes. (O Estado de S. Paulo/Agência AFP)