Campo Grande News
A revolução dos veículos elétricos está chegando, mas não será impulsionada pelos Estados Unidos ou pela Europa. Em vez disso, a China estará na vanguarda, quem afirma é a Vanderbilt University, do Tennessee, nos EUA. Também afirma que essa revolução chegará mais cedo do que muitos aguardam.
A rápida mudança já está acontecendo na China, que é o maior mercado automotivo do mundo, com 23 milhões de carros vendidos em 2018. À medida que os países ocidentais se aproximam do pico de propriedade dos carros, a maioria das famílias têm pelo menos um, ainda existem centenas de milhões de famílias chinesas que não possuem um carro.
Estão comprando carros elétricos e não a gasolina ou diesel.
E essas famílias estão comprando seu primeiro carro à eletricidade. Em 2015, as vendas de veículos elétricos na China ultrapassaram as vendas nos EUA. Em 2018, as vendas chinesas superaram 1,1 milhão de carros, mais de 55% de todos os veículos elétricos vendidos no mundo. Nesse mesmo ano, as vendas de elétricos nos EUA foi de tão somente 358 mil, aproximadamente três vezes menos que as chinesas.
O custo da bateria para os elétricos está caindo na China.
Um elemento chave do preço do veículo à eletricidade é o custo de suas baterias. A China já produz mais da metade das baterias do mundo para os carros elétricos. Analistas da indústria sugerem que dentro de cinco anos, será mais barato comprar um carro elétrico chinês do que um a gasolina ou diesel do ocidente. As previsões indicam, também, que os chineses produzirão acima de 70% dessas baterias no mundo até 2021, mesmo que a demanda por carros elétricos seja avassaladora.
Enorme apoio do governo.
A China têm uma indústria automobilista ambiciosa. Ainda não conseguiu igualar a eficiência e a qualidade das montadoras do ocidente. Todavia, o governo chinês optou por destacar os veículos elétricos como um dos dez setores centrais em seu esforço para impulsionar a tecnologia industrial avançada. Esses esforços incluem o uso de bilhões de dólares para subsidiar a fabricação dos veículos elétricos e incentivar empresas e consumidores a comprá-los.
As novas empresas chinesas para fabricar os elétricos.
Dezenas de empresas chinesas foram formadas para lucrar com esses subsídios. Uma das maiores é a BYD, que significa “Build Your Dreams” (Construa Seu Sonho), com sede em Shenzen. Há uma década o mega-investidor Warren Buffett comprou um quarto da empresa por US$232 milhões. Essa fatia vale mais de US$1,5 bilhão atualmente. O plano inicial da BYD era exportar carros elétricos para o mundo. Não deu certo. Mas sua linha de ônibus elétrico domina o mundo. Mesmo se os planos da BYD falharem para os carros elétricos, há dezenas de outras empresas chinesas prontas para ocupar seu lugar.
O “Plano Volkswagen” para exportar elétricos chineses.
Há três razões para as montadoras de elétricos chineses ainda não dominarem o mundo. O primeiro é que o mercado chinês é tão grande que eles ainda não conseguiram ter excedentes para exportar em larga escala. O segundo fator é que as empresas chinesas de elétricos são desconhecidas no ocidente, por isso os clientes têm receio de comprar uma marca estranha. E terceiro, seus carros ainda não cumprem a totalidade das rígidas normas de segurança adotadas nos EUA e na Europa. Mas cumprem, com folga, as normas brasileiras. No entanto, todos esses obstáculos podem ser superados com dinheiro. E isso não falta para a China. O grande plano chinês para competir no ocidente é uma cópia do que a Volkswagen fez no século passado para sair das fronteiras da Alemanha: melhorar a qualidade dos carros e competir no mercado de baixa e média renda. Eles, inicialmente, não pretendem competir com os Teslas no ocidente. Carros chineses elétricos, baratos e eficientes, se espalharão pelo mundo. (Campo Grande News/Mário Sérgio Lorenzetto)