Caoa condiciona compra de fábrica à Previdência

O Estado de S. Paulo

 

O presidente da Caoa Chery, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, reafirmou o desejo de adquirir a fábrica da Ford no ABC Paulista, mas condicionou o aumento de investimentos do grupo à aprovação da reforma da Previdência. Após reunir-se ontem com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ele disse não esperar ajuda ou incentivo do governo federal e afirmou que a Caoa manterá sua fábrica em Anápolis (GO), apesar do provável aumento de impostos pelo governo estadual.

 

“Continuamos negociando a compra da fábrica da Ford. Existe grande possibilidade de isso acontecer e a fábrica voltar a funcionar absorvendo todos os funcionários”, disse. Segundo ele, o investimento depende da negociação com sócios chineses, sindicato e fornecedores. “Só queremos que o governo resolva a Previdência e a crise fiscal para voltarmos a investir.”

 

Andrade disse que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, precisa tomar medidas para equalizar as finanças estaduais. Uma das alternativas aventadas para resolver o problema fiscal é aumentar o ICMS. “Não consideramos deixar Goiás. A fábrica em Anápolis é sólida e tem um investimento monstruoso. Caiado é um homem íntegro e com certeza encontraremos uma solução”, disse. O grupo iniciou recentemente a produção de dois novos modelos na unidade.

 

Oliveira disse não estar preocupado com a intenção do governo em reduzir desonerações e benefícios tributários para a indústria. “O empresário que estiver pensando em receber ajuda do governo está perdendo tempo”, disse. “Nunca recebemos benefícios do BNDES e de nenhum governo.” O governador de São Paulo, João Doria, participaria do encontro, mas teve de viajar a Nova York.

 

“Continuamos negociando a compra da fábrica da Ford. (…) Só queremos que o governo resolva a Previdência e a crise fiscal”, Carlos de Oliveira Andrade presidente da Caoa Chery. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Rodrigues)