“Vamos trazer o cliente que aluga o carro para andar de bicicleta”

O Estado de S. Paulo 

 

O sonho de ter o próprio carro pode não estar mais entre as prioridades dos brasileiros. Seja por questão financeira ou por conta das várias opções de mobilidade, alugar um carro se tornou uma opção mais barata. “Se o deslocamento dentro da cidade é maior do que 35 quilômetros para ir e voltar, alugar um carro é mais vantajoso do que usar um aplicativo”, diz Renato Franklin, presidente da empresa Movida. Segundo o executivo, a empresa, que foi criada em 2006, nasceu totalmente digital e essa é uma de suas principais vantagens em relação aos seus principais concorrentes. “Estamos nos preparando para que o motorista possa contratar os nossos serviços por QR Code”, disse.

 

Com tantas opções de mobilidade por aplicativos, ainda é vantagem alugar um carro?

Quando o deslocamento ultrapassa 35 quilômetros para ida e volta, alugar um carro passa a ser vantajoso, seja para fazer deslocamento dentro da cidade ou uma viagem.

 

Mas ainda é uma opção cara…

Não é mais. O grande ponto é que as pessoas começaram a perceber que o custo para manter um carro é muito alto, considerando os impostos, seguro, além da manutenção. Os preços de aluguel estão mais competitivos.

 

Há a ainda muita burocracia e não é um processo ágil para a liberação do automóvel…

Nossa vantagem é que já nascemos uma empresa digital. Estamos implementando projeto para que o consumidor posso alugar o carro por aplicativo. Em duas lojas, os usuários já podem alugar o carro com QR Code.

 

A Movida anunciou recentemente o serviço de aluguel de bicicleta elétrica para o mercado corporativo. É um negócio lucrativo?

Há sinergia no negócio no mercado corporativo. Vamos fazer dinheiro com aluguel de carros, mas trazendo meus clientes para a bicicleta. As pessoas não pensam mais em se deslocar de carros todos os dias.

 

A crise econômica não afetou o desempenho financeiro da Movida?

Não. A demanda de aluguel de carro cresce independentemente do cenário macroeconômico. Já as viagens corporativas foram afetadas. Neste primeiro trimestre, o lucro líquido da empresa cresceu 56%, para R$ R$ 42 milhões, em relação aos três primeiros meses do ano passado. Temos um potencial de crescimento enorme no mercado brasileiro. (O Estado de S. Paulo/Mônica Scaramuzzo)