IncentivAuto não terá renúncia, diz Meirelles

Estado de S. Paulo

 

O governo de São Paulo deve publicar, na próxima semana, decreto detalhando as regras do IncentivAuto, programa voltado ao setor automobilístico que prevê desconto de até 25% no ICMS para empresas que investirem no Estado.

 

A maioria das montadoras e autopeças aguarda a publicação das normas para definir adesão, mas várias delas já entraram em contato com a Secretaria da Fazenda, segundo o titular da pasta, Henrique Meirelles.

 

O objetivo do programa é atrair investimentos e gerar empregos. Meirelles diz que não haverá renúncia fiscal, pois o desconto será sobre a venda de carros produzidos a partir do investimento, ou seja, vendas extras.

 

O programa foi lançado em março após a General Motors ameaçar fechar fábricas locais. Na sequência, iniciou negociações com governos, funcionários, fornecedores e revendedores para reduzir custos de operações. O grupo tem fábricas de automóveis em São Caetano do Sul e São José dos Campos.

 

A Ford também anunciou o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo e o governador João Doria assumiu compromisso de buscar um comprador que mantenha os empregos atuais. Esse investidor poderá usufruir do incentivo.

 

O valor mínimo para ter direito ao benefício é de R$ 1 bilhão, o que dá direito a abatimento de 2,5% no ICMS. Em escala linear, o incentivo chegará a 25% para aportes de R$ 10 bilhões. Coincidentemente, a GM anunciou que aplicará esse valor entre 2020 e 2024 na modernização de suas duas fábricas e na produzir novos modelos.

 

Meirelles explica que a empresa interessada precisa apresentar um projeto, que será avaliado pela secretaria para definir o benefício. Investimentos anunciados em anos recentes, e ainda não aplicados também serão elegíveis, diz o secretário.

 

“Estamos inseridos em uma concorrência global e vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão têm programas desse tipo para atrair investimentos ou manter os que já têm”, informa Meirelles. Em 1990, São Paulo respondia por 74,8% da produção de veículos no País. Com a descentralização das fábricas caiu para 46%. (Estado de S. Paulo/Cleide Silva)