VW Delivery Express faz 9,2 km/l em trecho misto

Transporta Brasil

 

A nova família Delivery em nada se parece com seus antecessores, a não ser pelo sucesso de vendas. Dos seis modelos que representam a família, três já encabeçam o ranking das vendas em suas categorias de 6 t, 9 t e 11 t.

 

Com uma cabine totalmente renovada por dentro e fora, de desenho mais moderno e mais completa em equipamentos de série e opcionais, a linha contempla todas as necessidades do transporte urbano com caminhões leves, pois parte dos modelos com PBT de 3,5 t a 13 t.

 

O foco dessa reportagem é o Delivery Express, versão de entrada da família. Seu PBT é de 3,5 t e o PBTC varia entre 4,2 t e 4,4 t, dependendo do pneu com opção de medidas de 205 ou 225, respectivamente. Além disso, sua CMT (capacidade máxima de tração) é de 5 t.

 

Contudo, mesmo o Express sendo baseado na plataforma dos irmãos maiores, ele se posiciona na categoria dos veículos derivados de caminhonetes.

 

Dois pesos, duas medidas

 

Essa pluralidade do Delivery lhe garante alguns atributos como ser mais robusto frente aos competidores originados de vans. Por outro lado, sua capacidade de carga útil de 1,3 t é basicamente a mesma dos concorrentes que são mais baratos.

 

Outro predicado do Delivery é poder ser conduzido por motoristas com carteira B e sem restrição de tráfego em zonas urbanas, já que ele é classificado como caminhonete. E para quem encara rodovias, o Express é tarifado no pedágio com o mesmo valor de um automóvel.

 

O modelo tanto é indicado para grandes frotistas como para o autônomo que quer conforto, mas com a resistência de um caminhão. E por causa da robustez é que ele se adéqua às operações com carga fracionada nos centros urbanos, pode ser usado por empresas que prestam serviços municipais e que rodam em operações intermunicipais etc.

 

Para tanto, ele pode receber implementos como carroceria, baú para distribuição e frigorífico, por exemplo.

 

De fábrica, a Volkswagen Caminhões e Ônibus oferece aos seus clientes a opção de o implemento ser instalado de fábrica. Produzido pela Randon exclusivamente para esse modelo e o Delivery 4.150, em ambos, já agrega câmera de ré. Isso é possível graças ao BMB Mode Center, centro exclusivo de modificações da MAN Latin America.

 

Completo em itens e acabamento

 

O modelo é equipado com freio a disco nas quatro rodas, ABS (por força de lei) com EBD e airbags para motorista e os dois acompanhantes (o airbag, de quem vai de acompanhante, tem 160 litros, é o maior da América Latina por conta do tamanho da cabine). Os cintos contam com pré-tensionadores.

 

O motor é o conhecido Cummins ISF, de 2,8 litros e 4 cilindros em linha, que desenvolve potência de 150 cv a 3.500 rpm e torque de 37 mkgf de 1.400 a 2.800 rpm. Esse propulsor, para atender a norma de emissão de poluentes, equivalente a Euro 5, utiliza a tecnologia EGR, comum a categoria.

 

O motor trabalha com a transmissão Eaton ESO 4106, manual de 6 marchas, sendo a última overdrive – a caixa tem até tomada de força para operar uma prancha de reboque, por exemplo.

 

A relação de redução do eixo traseiro desse modelo é de 4,56:1 e as opções de entre-eixos são de 3.000 mm e 3.600 mm – este, para baú de 4,20 m. Pelo fato de se enquadrar como uma caminhonete, não pode ter alongamento ou encurtamento do chassi, mas com essas opções de entre-eixos o cliente tem ampla opção de encarroçamento adequados ao modelo.

 

A lista de funcionalidades a bordo do Express não para por aí. No posto de condução, o condutor se depara com o volante com regulagem de altura e profundidade.

 

No quesito segurança, as escadas que dão acesso ao veículo são cobertas pela porta quando fechada, o que dá segurança ao motorista já que coíbe que estranhos tenham acesso ao habitáculo.

 

Os bancos são confortáveis e o central é rebatível, podendo se transformar em uma mesa. Graças ao assoalho plano, com túnel central de 100 mm, os ajudantes entram e saem com facilidade da cabine. A bordo ainda existe mais de 15 portas-objetos.

 

A VWCO oferece três pacotes de acabamento para o Express afim de dar acesso aos mais variados perfis de consumidores.

 

No pacote de entrada, denominado City, o veículo traz de série todos os itens mencionados, além do computador de bordo completo.

 

Na versão Trend, intermediária, traz de série ar-condicionado, banco do motorista com suspensão pneumática, piloto automático, retrovisores bipartidos e aba protetora do para-brisa (o chamado boné).

 

A versão mais completa, a Prime, dispõe de todos os itens mencionados além de rádio, console de teto e farol de neblina.

 

Os bancos com espuma firme são característicos da marca, tanto que são inspirados nos automóveis da Volkswagen.

 

Ao volante

 

No posto de condução o motorista se depara com um veículo alto, o que já lhe dá uma visão privilegiada do trânsito nos centros urbanos.

 

Nesse ambiente o motorista se sente seguro no trafego por causa da altura e também da visibilidade dos retrovisores. Fazer as curvas, com o veículo carregado em sua capacidade, dá segurança, em razão do conjunto dianteiro independente duplo A.

 

Na versão com baú, a câmera de ré pode fazer total diferença na hora de fazer manobras com o veículo.

 

A Eaton protagoniza no ambiente urbano, por permitir que as trocas manuais sejam dinâmicas, com respostas rápidas. Mas é na rodovia, em velocidade de cruzeiro, que a overdrive faz total diferença. A 80 km/h em trecho de mais declive é só tirar o pé do acelerador e deixar o motor trabalhar. No painel, observando o consumo instantâneo o motorista consegue tirar boas notas de economia de combustível.

 

Na subida, seja em trecho urbano ou rodoviário, o Cummins mostrou-se forte. O Delivery mostra-se como caminhão mesmo e vence o percurso sem hesitar.

 

Andamos por grande parte do trecho em rodovia e nessa condição, entre 80 e 85 km/h, a rotação fica entre 1.500 e 1.600 rpm entregando força ao veículo. E mesmo na cidade, graças a essa ampla faixa de rotação, o veículo sempre trabalha em baixo giro, o que permite ter boa economia de combustível.

 

Tome nota

 

A VWCO acertou em ter no seu lineup uma caminhonete com atributos de caminhão. Para quem precisa de um carro mais resistente – motor e câmbio acertados para um veículo dessa configuração – esse espécime é uma ótima solução.

 

Mas o preço R$ 135.737 é maior em relação aos seus principais concorrentes, o que pode ser justificado por se tratar de um veículo que entrega mais robustez.

 

O seu maior competidor em termos de robustez é o Iveco Daily 35S14 que custa R$ 131.000, com capacidade de carga útil um pouco maior de 1,5 t.

 

Uma vantagem que esse modelo italiano tem em relação VW é a versão com cabine dupla, ampliando o leque de operações em que o modelo pode atuar, como serviços urbanos, onde comumente é exigida a presença de mais ajudantes.

 

Em termos de acabamento ambos são bem similares no que se refere a equipamentos de série. (Transporta Brasil/Andrea Ramos)