Notícias Automotivas/Agência CNN
Se a coisa já está ruim para a Ford no Brasil, depois que a mesma anunciou o fechamento de sua fábrica (e sede) no bairro do Taboão, em São Bernardo do Campo, imagina então lá na Rússia. Pois é, em busca de reduzir os custos globais de forma drástica, a montadora americana anunciou o fechamento de suas três fábricas de automóveis e comerciais leves na terra de Vladimir Putin.
De todo o portfólio da Ford na Rússia, apenas a van Transit continuará sendo feita por lá. As fábricas de Naberezhnye Chelny e São Petersburgo, por exemplo, produzem os modelos Fiesta, EcoSport, Focus e Mondeo, sendo os dois últimos na segunda planta, localizada na famosa e histórica cidade, que já foi a capital do país.
Além dessas duas, a Ford fechará ainda a fábrica de motores em Elabuga. No total, a montadora americana – associada com o grupo local Sollers – tem capacidade para 360.000 carros por ano, um volume que chega a ser superior ao feito aqui no Brasil. A parceira russa assumirá 51% do negócio na produção da van Transit, numa quarta instalação.
No geral, a Ford e a Sollers empregam 3.700 pessoas, cujos destinos são incertos. A demissão é algo irreversível, exceto se a Sollers abraçar um novo sócio, que produza carros de baixo custo, por exemplo, pois é isso que o mercado russo está comprando. A companhia de Detroit quer cortar US$ 11 bilhões para aumentar a rentabilidade de suas operações internacionais, que assumem apenas 3% do lucro da empresa.
Assim, a Ford Rússia praticamente deixa de existir como montadora, enquanto a Ford Europa perderá uma fábrica de transmissões na França, além das minivans da família MAX, que sumirão completamente. A marca aposta em SUVs e por isso o foco estará neles. Aqui, Taboão foi uma das vítimas, assim como o New Fiesta, a divisão de caminhões e em breve a dupla do Focus, além de Fusion no México.
Qual será a próxima? A Alemanha, possivelmente. É que a Ford já entrou em negociação com sindicatos locais e a planta de Saarlouis (onde são feitas C-MAX e Grand C-MAX) pode ser fechada também, após o fim da fabricação dos monovolumes familiares. (Notícias Automotivas/Agência CNN/Ricardo de Oliveira)