AutoIndústria
O segmento de station wagon encerrou 2018 com 9,5 mil unidades negociadas no mercado interno. A participação das também chamadas peruas nas vendas totais foi de apenas 0,23%, menor até do que o 0,35% de 2017.
Esse desalentador quadro do segmento, que reuniu apenas cinco modelos em oferta, promete ser ainda pior em 2019. Nesta primeira semana do ano a Volkswagen anunciou o fim de produção da Spacefox na Argentina, onde é chamada de Suran.
O modelo somou 5.573 vendidas em 2018, 58,5% de todo o segmento, que registrou ainda 3,1 mil unidades da já há muito agonizante Fiat Weekend e as quase imperceptíveis nas ruas Volkswagen Golf Variant, com 503 licenciamentos, Audi A4 Avant, 176 unidades, e Volvo V60, que se limitou a 99 unidades negociadas.
A Spacefox foi lançada há doze anos. Produzida na fábrica de General Pacheco, na Grande Buenos Aires, acumulou desde então 440 mil unidades fabricadas, boa parte encaminhada para o mercado brasileiro.
O fim de sua produção, mais do que o próprio declínio das vendas de station wagons na região, deve-se ao início de fabricação, nos próximos meses, do Tarek, utilitário esportivo médio, montado sobre a plataforma MQB.
General Pacheco, seja pela tecnologia e novos processos necessários, seja pelo espaço físico, não comportaria mais as decadentes peruas. Aliás, utilitários esportivos como o futuro Tarek são, na verdade, os grandes algozes do segmento, que há uma década reunia onze modelos e representava quase 5% das vendas no mercado brasileiro.
E o cerco se dá em todas as faixas de mercado. Antes do Tarek, um SUV médio, a própria Volkswagen colocará nas revendas brasileiras outro utilitário esportivo: T-Cross, fabricado em São José dos Pinhais (PR), no fim do primeiro trimestre. Entre nacionais e importados, os brasileiros podem optar por mais de cinquenta utilitários esportivos, dez vezes mais do que a oferta de peruas.
Com o fim da Spacefox, a Fiat Weekend será a única station wagon de volume de vendas mais expressivo no Brasil, ainda que diminuto diante do mercado total. Mas, ainda assim, claramente não por muito tempo. A própria Fiat já revelou seus planos de voltar-se para… os utilitários esportivos! (AutoIndústria/George Guimarães)