Futuretransport
O tão criticado gosto americano por carros grandalhões e ineficientes contagia corações e mentes de consumidores em todo o mundo.
A última crise econômica de 2008 parecia que iria interromper a escalada desses gigantes que imperavam na América do Norte.
Ledo engano. Ao contrário da lógica de muitos analistas, o padrão norte-americano vai sendo incorporado mundo afora em escala vertiginosa, principalmente pela classe média brasileira, fã ardorosa do american way of life.
Caros e beberrões, geralmente destinados ao uso de uma só pessoa no trânsito diário de metrópoles, os SUVs representam uma extravagância no compartilhamento do escasso espaço urbano.
Além disso, seus dimensionados motores criados para movimentar grandes massas, por natureza são menos amigáveis ao meio ambiente, por mais que as tecnologias reduzam os efeitos das partículas atiradas ao ar pelos canos de escapamentos.
Mas ninguém é louco de brigar com o consumidor. Nenhuma indústria vai contra o que lhe mantém viva, em atividade.
Por isso, a Ford já anunciou que não mais produzirá sedãs. Vai se concentrar em SUVs e as gigantes picapes na América do Norte.
A General Motors anuncia extinção de marcas como a Chevrolet e Buick nos Estados Unidos, com o fechamento de fábricas e a demissão de cerca de 10 mil empregados.
Na Europa e Ásia, montadoras anunciam datas para decretar o fim dos motores impulsionado a combustíveis fósseis.
No Brasil, depois de uma crise que derrubou em 50% as vendas de veículos, a classe média com poder de compra prefere carros imponentes que lhe deem sensação de maior segurança nas perigosas ruas das cidades brasileiras.
Como se vê, por diferentes motivos, o SUV vai virando sinônimo de carro em todo o mundo, encerrando um ciclo em que o Fusca tenha sido o melhor exemplar de um modelo compacto e com design inteligente e amigável.
A nova tecnologia dos elétricos e futuras promessas de células de combustíveis devem propiciar vida longa aos SUVs, já que elas suavizam a ineficiência de seus motores big size.
E assim segue o mundo. Com os grandes monoblocos nas ruas. (Futuretransport/Wagner Oliveira)