Cidade de Ribeirão Preto volta a registrar alta no número de emplacamento de veículos

G1 – EPTV 2

 

Após três anos seguidos em queda, o número de emplacamento de veículos voltou a subir em Ribeirão Preto (SP). Atualmente, a cada dez habitantes, oito têm um veículo e os motoristas reclamam de congestionamentos e da infraestrutura deficitária da cidade.

 

Segundo um levantamento feito pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), de janeiro a outubro deste ano foram emplacados mais de 10 mil carros, contra 7,5 mil veículos no mesmo período do ano passado. Se comparado com 2016, quando foram emplacados 5.622 carros, o número quase dobrou.

 

Ainda segundo a Fenabrave, nos últimos quatro anos, a quantidade de carros nas ruas da cidade aumentou mais de 11%. Para o economista José Rita Moreira, os principais motivos para o aumento da venda de veículos são a geração de empregos, a retomada do crédito e a queda da inadimplência.

 

“Esses sinais que nós vemos na economia são extremamente positivos para a economia que sofre reflexos diretos através desses estímulos. Esse aumento do volume de emplacamento significa que teremos mais veículos nas ruas e isso é bom porque tem manutenção, licenciamento, seguro, combustíveis e faz a economia girar”, explica o especialista.

 

Com a frota de veículos mais alta, aumenta também o repasse de dinheiro arrecadado com o IPVA. Em 2018, o valor recebido pela prefeitura de Ribeirão Preto desse imposto foi de quase R$ 161 milhões, são 20 milhões a mais do que foi arrecadado há quatro anos. Segundo a prefeitura, esse dinheiro é dividido em 50% para a saúde e 50% para a educação.

 

Porém, o aumento na frota reflete no trânsito e na infraestrutura da cidade. Motoristas ouvidos em reportagem da EPTV, afiliada da Rede Globo no interior paulista, informaram que os buracos, a falta de sinalização, motoristas desrespeitosos, excesso de carros nos horários de pico e de semáforos em alguns pontos da cidade são os principais problemas no trânsito de Ribeirão Preto.

 

O urbanista e especialista em tráfego, Fernando Velazquez, diz que falta planejamento. “Deveria se pensar em um transporte coletivo eficiente, entre outras medidas, como uma ciclovia. Temos que ofertar outros meios de transporte de forma integrada para melhorar a circulação, principalmente em avenidas arteriais como a 9 de Julho e a Presidente Vargas, por exemplo”, analisa.

 

Segundo o especialista, o trabalho do poder público precisa ser constante, buscando soluções para melhorar o deslocamento dos motoristas. Medidas como pavimentação, organização de avenidas e redesenho do sistema viário são simples e podem ser aplicadas rapidamente.

 

“As cidades são obras inacabadas, principalmente em relação ao sistema viário. Precisa de cuidado com relação à capacidade porque o fluxo aumenta a cada ano. São medidas que podem ser tomadas de forma rápida sem que fique muito oneroso para o poder público. Não é só colocar semáforos, precisa ser colocada em prática uma série de fatores integrados para que a cidade funcione melhor”, explica Velazquez. (G1 – EPTV 2)