Toda frota de 15 ônibus 100% elétricos de projeto-piloto estará em operação até março, diz Bruno Covas

Diário do Transporte

 

A prefeitura de São Paulo, a fabricante BYD e a empresa operadora Transwolff apresentaram de forma oficial nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2018, as primeiras três unidades do modelo de ônibus 100% elétricos com baterias de um lote total de 15 unidades, que fazem parte de um projeto de transporte não poluente, pelo qual os impactos ambientais são reduzidos desde a geração de energia para estes coletivos.

 

Isso porque, como mostrou o Diário do Transporte, a eletricidade para estes ônibus será gerada por energia solar.

 

A empresa fabricante BYD comprou uma fazenda em Araçatuba, no interior de São Paulo, onde instalou placas fotovoltaicas para geração de energia.

 

A eletricidade vai ser disponibilizada ao ONS (Operador Nacional do Sistema), que, por sua vez, vai compensar a cidade em forma de créditos de energia para estes ônibus.

 

De acordo com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, até março todos os ônibus devem estar em operação com passageiros.

 

“É energia limpa. Uma das alternativas é a energia solar. São 15 ônibus que estão nas ruas a partir de março do ano que vem, adquiridos pela Transwolff, umas das empresas que prestam serviços no município de São Paulo. A licitação do sistema prevê a troca da atual frota por ônibus movidos a energia limpa [sem emissões de CO2] em 20 anos. É deste tipo de transporte, limpo e sem barulho, nem parece que o ônibus está ligado, que a gente quer ver mais e mais na cidade de São Paulo”, disse Bruno Covas.

 

A aquisição de cada veículo, com as baterias, sai por R$ 1,4 milhão. Ao final da vida útil da carroceria e chassi, a bateria é devolvida para a fabricante BYD.

 

O secretário municipal de mobilidade e transportes, João Octaviano Machado Neto, disse que os resultados do projeto piloto vão servir de parâmetro para a ampliação da frota não poluente na cidade.

 

“Quando houver uma contingência de fornecimento de energia elétrica, qual é a retaguarda que a garagem vai precisar? Qual é a adaptação para se conectar à rede? Qual é a demanda dessa redes para garantir uma garagem? Estamos começando de uma maneira bastante conservadora, com 15 ônibus, para que possamos testar todas estas questões, além de autonomia das baterias e eventual carregamento em campo”, disse Octaviano.

 

A linha escolhida é a 6030/10 Unisa-Campus 1 / Terminal Santo Amaro, da Transwolff.

 

Segundo o secretário, a escolha foi proposital, porque o trajeto é de alto carregamento e vai exigir bastante do veículo.

 

O gerente de manutenção da Transwolff, Paulo Lima dos Santos, disse ao Diário do Transporte que estão sendo realizados treinamentos com os motoristas para operação do modelo.

 

Um dos itens que exige novas condutas dos trabalhadores é a regeneração de energia pela frenagem, que deve ser da maneira indicada pela fabricante. Equipes de manutenção têm sido treinadas também.

 

De acordo com Lima, a tendência é de que os custos com manutenção caiam depois da adoção do novo modelo.

 

“A princípio, a manutenção é de baixo custo e muito simples porque difere do sistema de combustão. O motor é diferenciado, a suspensão é pneumática sem as estruturas de aço e molas como as mecânicas”, disse.

 

O vice presidente de vendas da BYD, Wilson Pereira, disse que a cidade começará a respirar melhor com ações como esta é que os ônibus são ao longo da vida útil mais vantajosos que os a diesel no aspecto econômico.

 

“O empresário, como este aqui que vai investir no segmento de transportes, não faz uma compra dessa porque simplesmente o ônibus é bonito ou porque é uma nova tecnologia. Ele avalia a última linha, que é o resultado. São Paulo tem a característica de dar suporte a isso, com o subsídio, aí a conta fecha. Exige um investimento inicial maior, mas o retorno é mais rápido que o ônibus a combustão”, disse.

 

De acordo com o presidente da SPTrans, gerenciadora de transportes da cidade, Paulo Cézar Shingai, a empresa vai receber uma remuneração maior para a operação destes ônibus, mas devem ser levados em conta aspectos como os benefícios ambientais e de redução de custos com a poluição, como em saúde pública. (Diário do Transporte/Adamo Bazani e Jessica Marques)