Scania prevê homologação de ônibus a GNV para início de 2019

Diário do Transporte

 

A Scania prevê que a homologação do ônibus a GNV deve ser concluída no início de 2019. Segundo Eduardo Monteiro, responsável pelo desenvolvimento de mercado urbano da Scania no Brasil, após produzir e encarroçar os modelos, o processo já estará pronto.

 

A fabricante trouxe o ônibus movido a GNV / biometano para apresentações em 2014. Desde então, o veículo já foi apresentado em diversos municípios brasileiros.

 

“Existe um processo de homologação que já está ocorrendo. Não basta a Scania, enquanto fabricante, garantir a qualidade. É preciso fazer essa avaliação em um instituto, como o Inmetro“, disse Monteiro.

 

No Brasil, a homologação de veículos passa por diversos órgãos, como o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e até mesmo o Ibama.

 

“Na Colômbia, a fabricante atestando, não precisa todo esse processo, por exemplo. Ainda assim, aqui no Brasil está em fase final de homologação. A previsão é para o início do ano que vem. É o tempo de a gente produzir os chassis e, quando estiverem encarroçados, a homologação já saiu”, finalizou o executivo.

 

Segundo Ciro Pastore, gerente de desenvolvimento do mercado de ônibus do segmento urbano da Scania, não há como adiar as necessidades ambientais. Desta forma, a fabricante decidiu oferecer diversas soluções sustentáveis de transporte com veículos pesados.

 

“Existem três pilares para o transporte sustentável: eficiência energética, combustíveis alternativos e eletrificação”, disse. “Como o elétrico acaba sendo inviável economicamente ainda, este caminho será trilhado passando pelo GNV.”

 

Licitação de São Paulo

 

Ao ser questionado pelo Diário do Transporte sobre as expectativas da Scania com relação ao relançamento do edital do sistema de transporte da capital paulista, Monteiro afirmou que são esperados resultados positivos.

 

Na quinta-feira, 6 de dezembro de 2018, a Prefeitura relançou a concorrência após os ajustes determinados pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).

 

“As empresas em São Paulo têm as metas para redução de poluentes. Muitas ainda têm o Euro III nas frotas e vão fazendo substituição para Euro V, até o VI. O diesel não vai acabar”, disse. “A gente tem diesel para vender, não dependemos só do GNV. Portanto, é algo bom para nós sair o edital”.

 

Apesar de o carro chefe não ser o ônibus abastecido a GNV, o responsável pelo desenvolvimento de mercado urbano da Scania no Brasil disse que a fabricante está recebendo contato de empresas interessadas no modelo.

 

Histórico da Scania com o GNV

 

A Scania atua com o ônibus movido a GNV / biometano há quatro anos. A fabricante trouxe o modelo sueco para o Brasil no fim de 2014, para uma série de apresentações que ocorrem até os dias atuais.

 

A Scania apresentou em 2015 um ônibus movido a gás biometano no Parque Tecnológico de Itaipu. Em 2016, um ônibus movido a GNV/biometano começou a ser testado no Recife, capital de Pernambuco.

 

O modelo foi o K 280 6×2, com 15 metros de comprimento e capacidade para até 130 passageiros. O motor já atende a geração mais avançada da legislação de emissões, a Euro 6.

 

Recentemente, o veículo foi apresentado em Franca, no interior de São Paulo, em 12 de novembro de 2018. O ônibus é um Scania K280 6×2 de 15 metros, que participou de uma demonstração feita em parceria com a Sabesp, a Embaixada da Suécia e a Business Sweden.

 

O veículo com motor a gás pode ser abastecido com biometano (que pode ser proveniente de esgoto ou outros materiais) e GNV (Gás Natural Veicular). Ainda há a possibilidade de abastecer com uma mistura de ambos.

 

Na ocasião, o ônibus foi abastecido em uma estação de tratamento de esgoto da Sabesp. A empresa começou a usar o biogás gerado no tratamento do esgoto para movimentar a frota de veículos da empresa em Franca em abril de 2018.

 

Redução de poluentes na capital paulista

 

A lei 16.802, de 17 de janeiro de 2018, determina que as reduções de emissões de poluição pelos ônibus da capital paulista devem ser de acordo com o tipo de poluente em prazos de 10 anos e 20 anos.

 

No período de 10 anos, as reduções de CO2 (gás carbônico) devem ser de 50% e de 100% em 20 anos. Por sua vez, as reduções de MP (materiais particulados) devem ser de 90% em 10 anos e de 95% em 20 anos. As emissões de Óxidos de Nitrogênio devem ser de 80% e de 95%, respectivamente.

 

Entretanto, além de seguir a lei, os editais para a licitação do sistema de transporte público de São Paulo preveem reduções de poluentes gradativas a cada ano, conforme já noticiado pelo Diário do Transporte.

 

Seguindo os atuais padrões da SPTrans, todos os ônibus novos terão que possuir itens de acessibilidade, ar-condicionado, vidros colados, GPS e sinal de internet por Wi-Fi.

 

O tipo de ônibus para cumprir as metas pode ser escolhido pelos empresários. Entre as opções, estão os elétricos com bateria, híbridos (dois motores em um só ônibus), DualBus (duas tecnologias de tração elétrica em um só ônibus), a gás natural, biometano (gás obtido na decomposição de resíduos), etanol ou outra forma menos poluente que o diesel.

 

Inicialmente, as metas mudam entre os subsistemas estrutural e de articulação. O subsistema de distribuição também é diferente, em especial sobre o gás carbônico, por conta da disponibilidade tecnológica.

 

Atualmente, há mais opções de ônibus grandes não poluentes ou menos poluentes, usados no subsistema estrutural, que os modelos menores, do subsistema de distribuição, também conforme já noticiado pelo Diário do Transporte. (Diário do Transporte/Jessica Marques)