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Com isso, procurou aplacar as preocupações dos industriais, que temiam ficar negligenciados com o fim do que é hoje o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
A pasta tende mesmo a ser fundida ao superministério da Economia, apesar da proposta do empresariado de ser criado o Ministério da Produção, Emprego e Comércio.
Os industriais queriam uma pasta própria porque, historicamente, as políticas para o setor eram objeto de embate entre a Fazenda e a pasta da Indústria.
Guedes explicou ao grupo que, ao fundir o MDIC no seu superministério, essa contraposição será eliminada. E assegurou que manterá um canal de diálogo aberto para avançar com uma agenda de retomada do crescimento econômico.
Participaram da reunião com Guedes, na sede do BNDES, oito entidades que representam as indústrias siderúrgica (Aço Brasil), têxtil (Abit), química (Abiquim), automobilística (Anfavea), de máquinas e equipamentos (Abimaq), de brinquedos (Abrinq), além da Associação de Comércio Exterior e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
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Segundo relato dos representantes dessas entidades, ao explicar sua estratégia, Guedes assegurou que a abertura comercial ocorrerá de forma cautelosa, negociada e concomitante ao avanço da agenda de competitividade. “Uma abertura unilateral não é possível com o custo que o Brasil tem”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.
O jornal O Estado de S. Paulo noticiou no dia 10 de novembro que a equipe de Guedes analisava três estudos sobre abertura comercial que tinham como traço comum a abertura unilateral, ou seja, a redução de tarifas de comércio sem contrapartidas. Esse não é, porém, o caminho adotado pela equipe do futuro ministro.
Houve concordância entre Guedes e os empresários que a agenda de competitividade começa com o ajuste fiscal. E, nesse ponto, a reforma da Previdência é o ponto número um. Os representantes da indústria se propuseram a se articular com parlamentares próximos ao setor no Congresso em busca de apoio.
Outra linha que pode avançar é a da desburocratização. “Não dá manchete, mas influencia muito o custo das empresas”, disse Pimentel. Ele aponta um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário que estima em R$ 65 bilhões o custo da papelada no País.
Um outro levantamento mencionado na conversa diz que os passivos contingentes das empresas brasileiras, com ações na Justiça, equivalem a 34% do ativo delas, ante uma média mundial de 15%.
“Não pedimos nada”, frisou Marco Polo, presidente do Instituto Aço Brasil. O grupo disse a Guedes que o MDIC não é um balcão de benesses do governo. “Os incentivos que existem foram dados pela Fazenda”, afirmou o executivo. (InfoMoney/O Estado de S. Paulo)