Portal G1/Reuters
A General Motors anunciou ontem, segunda-feira (26), um plano de reestruturação que pode fechar 5 fábricas na América do Norte e cortar 15% do total de empregados, a fim de gerar economia de US$ 6 bilhões.
De acordo com a agência Associated Press, o plano pode levar à demissão de 14.700 trabalhadores.
Além de diminuir a força de trabalho da dona da Chevrolet nos Estados Unidos e no Canadá, o processo vai reduzir a produção e encerrar a fabricação de alguns modelos. É a maior reestruturação da GM desde seu pedido de falência, há uma década.
A montadora pretende focar na produção de SUVs e picapes, além do desenvolvimento da tecnologia para carros autônomos e elétricos.
As ações da GM na bolsa de Nova York subiram 4,79% nesta segunda-feira, após o anúncio do plano.
Em 2017, a GM anunciou investimento de US$ 1 bilhão para os Estados Unidos. Na época, estava transferindo parte da produção do México para os EUA, após o presidente Donald Trump ameaçar taxar a importação de veículos.
Sete fábricas podem fechar
A montadora disse que pretende interromper a produção no próximo ano nas unidades de Lordstown (Ohio); Hamtramck-Detroit (Michigan) e Oshawa, em Ontário, no Canadá.
Também deverão ser afetadas as fábricas de motores e transmissão de Michigan e Baltimore, que ficarão sem modelos de carros para os quais produzir.
A questão será abordada com o sindicato dos trabalhadores no ano que vem, informou a agência Reuters.
Além das fábricas na América do Norte, a GM divulgou que mais duas unidades fora da região serão fechadas, mas os locais ainda não foram divulgados.
Procurada pelo G1, a GM Mercosul afirmou que não irá fornecer mais detalhes sobre o fechamento de fábricas fora da América do Norte
No início do ano, a empresa já havia anunciado o encerramento da unidade fabril na Coreia do Sul.
“Estamos adequando nossa capacidade à realidade do mercado”, disse a presidente-executiva da GM, Mary Barra.
A CEO da montadora disse que as reduções são preventivas, “enquanto a empresa é forte e a economia é forte”.
Novo focos
Entre modelos agora montados nas fábricas que podem fechar, estão inclusos Chevrolet Cruze, Cadillac CT6, Buick LaCrosse, além do híbrido Chevrolet Volt.
Além dos EUA, a atual geração do Cruze também é feita no México e na Argentina.
Em contrapartida, a GM disse que vai transferir mais investimentos para veículos elétricos e autônomos, além de ressaltar o recente investimento em picapes, crossovers e SUVs.
Além disso, Mary Barra promete dobrar os recursos para engenharia voltada a carros autônomos e elétricos a partir de 2020. O Volt já tinha perdido terreno para o Bolt, carro 100% elétrico menor e mais barato.
Trudeau “desapontado”
Depois do anúncio sobre os cortes feitos pela GM, o presidente do Canadá, Justin Trudeau comentou a situação.
“Ontem, eu falei com Mary Barra para expressar meu profundo desapontamento com o fechamento”, disse o presidente canadense, no Twitter, em referência à fábrica da montadora em Ontario.
GM workers have been part of the heart and soul of Oshawa for generations – and we’ll do everything we can to help the families affected by this news get back on their feet. Yesterday, I spoke with @GM’s Mary Barra to express my deep disappointment in the closure.
“Os trabalhadores da GM foram partes do coração e alma de Oshawa por gerações – e nós vamos fazer tudo possível para ajudar as famílias afetadas”, afirmou.
Ford
A Ford anunciou em abril último um plano de corte de custos de US$ 25,5 bilhões até 2022, ante US$ 14 bilhões previstos no plano anterior anunciado no ano passado. Para isso deverá desistir de modelos tradicionais de sedãs na América do Norte, como Fusion e Fiesta, cada vez mais impopulares entre os consumidores.
Respondendo à mudança na demanda dos consumidores em direção a utilitários esportivos (SUVs) e picapes, a Ford afirmou que planeja reduzir seu portfólio na América do Norte a apenas dois modelos: o esportivo Mustang e o crossover compacto Focus Active a partir de 2019.
Mas não anunciou demissões nem fechamento de fábricas. (Portal G1/Reuters)