Estradão
Em comemoração aos 25 anos de lançamento do Volvo FH, a fabricante de Curitiba (PR), à exemplo do que fez na Suécia, lançou uma série especial do caminhão que marca e incorpora todas as capacidades tecnológicas oferecidas pela montadora.
Pouco meses depois de ter sido introduzido na Europa, o Volvo FH desembarcava no Porto de Paranaguá, em novembro de 1993, como um divisor de águas no setor de transporte rodoviário de carga.
Chegou com motor eletrônico quando as bombas injetoras mecânicas ainda eram o maior problema dos mecânicos e com cabine cara-chata em mercado dominado pelos caminhões bicudos.
Desde então, a gama não parou inovar o segmento, antecipando tendências com recursos e dispositivos. Um dos mais emblemáticos foi o pioneirismo de trazer para o País a caixa de transmissão automatizada I-Shift, hoje, presente em 100% da produção dos FH, e tecnologia que se popularizou nas marcas rivais.
“Na época se perguntava como um caminhão desses iria funcionar no Brasil”, lembra Ricardo Tomasi, engenheiro de vendas da Volvo que preparou o mercado para a chegada do modelo. “Foi o primeiro caminhão desenvolvido com foco no motorista. Estava à frente de seu tempo, com conceito de célula de sobrevivência e ABS como opcional, quando a obrigatoriedade do item só ocorreria em 2003.”
Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões da Volvo, conta que o Brasil foi um dos primeiros mercados a receber o FH fora da Europa. “A decisão veio da necessidade de evoluir, de trazer o que há de mais moderno. O FH inaugurou esse conceito de constante evolução da marca no País.”
Com a aceitação do mercado e aumento de participação, o FH passou a ser produzido na fábrica de Curitiba em 1998, já com alt índice de nacionalização para viabilizar investimentos e com a oferta de air bag como opcional, item ainda hoje não obrigatório na produção de caminhões nacionais.
Na série especial das bodas de prata do FH, marca justamente a evolução da espécie com um pacote de segurança, conveniência e conforto pouco visto nas estradas brasileiras. Em configurações 6×2 ou 6×4 com motores de 460 cv e 560 cv, respectivamente, o caminhão traz controles eletrônicos de tração e estabilidade, piloto automático inteligente anticolisão, sensores de chuva e de ponto cego, freios a disco eletrônicos e aviso de mudança de faixa involuntária com a capacidade de traduzir eventual cansaço do motorista.
Além da cor vermelha perolizada e das faixas decorativas, a série especial do FH se diferencia pelo acabamento bem-cuidado. Os revestimentos são de couro com as costuras destacadas na cor laranja. Traz mimos como cobertor e travesseiro que seguem o padrão comemorativo do veículo, como também conveniências como central multimídia por tela de sete polegadas sensível ao toque, geladeira, gaveta extra sob a cama, câmera de ré, teto solar elétrico e até caixa de primeiros-socorros.
Fedalto conta que todas as 25 unidades da série já têm donos, oferecidas pelas concessionárias da marca aos parceiros mais representativos. “Não foram necessariamente os maiores compradores da marca, afinal, tínhamos uma limitação do número de modelos. Mas aqueles mais significativos na linha FH, que compra o caminhão desde o lançamento. Foi uma forma de reconhecimento, mesmo porque, embora a série especial tivesse de ser mais cara, foi vendida ao mesmo preço do FH convencional, por volta de R$ 400 mil.”
Os 25 anos do Volvo FH também coincide com a venda de 1 milhão de unidades em todo mundo, o modelo que representa o volume foi entregue no Salão de Hannover em setembro passado, a uma transportadora alemã. Na América Latina somam mais de 130 mil FH negociados desde 1993, 70% deles para o mercado brasileiro.
“O Volvo FH é o produto mais importante do Grupo Volvo”, admite Allan Hollzman, diretor de planejamento estratégico de produto da Volvo para a América Latina. “Quando concebido se aproximou dos conceitos utilizados em automóveis como acabamento, ruído, conforto e até odores. O FH sempre foi uma espinha dorsal de produtos da marca e continuará a incorporar os vetores de evolução, como eletromobilidade, automação e conectividade”. (Estradão)