Peugeot quer ganhar participação com rentabilidade

AutoIndústria

 

Com participação em queda no Brasil, a Peugeot quer volta a ganhar mercado no ano que vem mas sem atrapalhar sua rentabilidade no País e na América Latina. “Não temos interesse em fabricar resultados por meio de medidas tóxicas”, disse o CEO mundial da Peugeot, Jean-Philippe Imparato, ao garantir que a empresa opera com lucro na região e teve excelente resultado na evolução da satisfação do cliente, fator fundamental para a reconstrução local da marca.

 

Em visita à filial brasileira, o executivo disse na quarta-feira, 21, que os quatro eixos estruturais da marca são qualidade, não perder dinheiro, estoques controlados e, por último, market share. A Peugeot, que deve encerrar o ano com a venda de 26 mil automóveis e comerciais leves no mercado brasileiro, registra este ano participação de apenas 1%.

 

A meta para 2019 é crescer 50% em volume, para 39 mil unidades, o que poderá representar market share de 1,3% se o mercado como um todo crescer entre 8% e 10%, conforme revelou a Country Manager Brasil, Ana Theresa Borsari, Questionado sobre a meta para a marca no País, Imparato sinalizou que o objetivo a médio prazo é atingir market share de 3%.

 

O CEO mundial destacou que o estoque máximo na rede Peugeot é de 39 dias e que não há interesse da marca em fazer volume via vendas diretas, como as realizadas junto a locadoras. “Isso é o começo do fim”.

 

Embora continue apostando no seu hatch 208, a Peugeot tem como principais ofensivas no Brasil ampliar sua presença nos segmentos de SUVs, com os modelos 2008, 3008 e 5008, e de comerciais leves, com o Partner, Expert e o novo Boxer, que foi apresentado por Imparato durante sua visita à filial brasileira.

 

Com capacidade de carga de 13 m³ e mais de 1.600 kg, o Boxer chega para completar a gama da marca no País, que passa agora a atuar nos três segmento de comerciais leves – pequenos, médios e grandes. “Somos líderes do mercado europeu de veículos utilitários leves e queremos o mesmo protagonismo para o Brasil. Por isso estamos trazendo para o país um produto em linha com o comercializado na Europa”.

 

A Peugeot, segundo o CEO mundial, vem investindo forte em programas de pós-venda, como garantia de recompra do veículo com preço residual, e continua tendo no design dos seus modelos um dos pontos mais fortes da marca: “Apresentamos no Salão de Paris o carro conceito i-lading, que reflete nossa visão do futuro. É um carro elétrico e autônomo que, ao mesmo tempo, garante o prazer a quem gosta de dirigir”.

 

Imparato também comentou sobre a instabilidade dos países da América do Sul, dizendo não entender como o mercado brasileiro de veículos está crescendo. Mas completou dizendo que a marca teve a capacidade de se adaptar. “Não nos surpreendemos mais com o que acontece na região. Se tivesse a metade dos problemas daqui na Europa, todo mundo ficaria depressivo”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)