Diário do Transporte
Em apenas três anos os londrinos poderão chamar um táxi autônomo na capital inglesa.
Tudo isto graças a uma nova parceria feita pela companhia de táxis Addison Lee com a empresa Oxbotica de software para veículos autônomos (sem motorista). A parceira foi anunciada nesta segunda-feira, dia 22 de outubro de 2018.
As duas empresas dizem que vão trabalhar juntas para desenvolver, implantar e operar veículos autônomos na capital até 2021.
A Oxbotica, fundada em Oxford em 2014, está desenvolvendo o software que impulsiona os veículos autônomos, sendo considerada uma das principais startups de software sem drivers do mundo. Para se ter ideia de sua capacidade e importância, ela foi escolhida recentemente para guiar o futuro Mars Rover da Agência Espacial Europeia.
A empresa já está realizando testes em três regiões da cidade – Greenwich, Gatwick e Heathrow –, e trabalha em um projeto para permitir que a frota de veículos sem motorista possa viajar entre Londres e a cidade de Oxford.
Em setembro passado, a startup anunciou um investimento de 14 milhões de libras para ampliar suas atividades autônomas em todo o mundo.
Falando sobre a nova parceria para o jornal inglês Evening Standard, o CEO da Oxbotica, Graeme Smith, disse que as duas empresas estão dando um grande passo em direção à realização da mobilidade do futuro.
“Isso representa um enorme salto no sentido de trazer veículos autônomos para o uso rotineiro nas ruas de Londres e, eventualmente, em cidades de todo o Reino Unido e além”, disse ele.
No entanto, ainda há muito a planejar e desenvolver antes que os carros autônomos possam pegar a estrada.
As duas empresas vão trabalhar juntas para criar mapas digitais detalhados cobrindo mais de 250.000 milhas de vias públicas em Londres. Os mapas registrarão a posição de cada meio-fio, sinal de trânsito, ponto de referência e semáforo, que serão inseridos nos carros autônomos para que eles possam navegar pela cidade com segurança.
Dependendo do sucesso em Londres, a empresa de táxis Addison Lee poderia adicionar veículos autônomos a seus serviços em Nova York e outros mercados internacionais.
Quanto aos motoristas humanos, a Addison Lee garante que os atuais 5.000 motoristas baseados em Londres continuarão empregados. Para isso, a empresa vai criar categorias distintas de serviços, com preços diferentes, para carros com e sem motoristas.
Segundo especialistas a oferta de carros autônomos é uma forma de expandir a demanda crescente por serviços automotivos. A propriedade de carros particulares está em declínio, mas as pessoas ainda precisam se locomover pela cidade, e para tanto usam os serviços de táxis e de aplicativos de transporte individual, como Uber.
Andy Boland, CEO da Addison Lee Group, acredita que o transporte urbano vai mudar de forma surpreendente nos próximos 10 anos, e a empresa precisa estar na vanguarda dessa revolução.
“A tecnologia autônoma é a chave para muitos dos desafios que enfrentamos no transporte. Ao fornecer serviços de compartilhamento de carona, podemos ajudar a resolver o congestionamento, liberar espaço usado para estacionar e melhorar a qualidade do ar urbano através de veículos de emissão zero”, disse Boland.
Para alguns especialistas não há dúvidas sobre isso: o futuro dos carros é autônomo.
O Reino Unido tem sido palco de várias iniciativas voltadas à direção autônoma. A Nissan começou a testar veículos autônomos nas ruas do país em 2018, e a Ford iniciou testes com a Jaguar Land Rover em Coventry. Já a startup britânica FiveAI anunciou para 2019 o início de testes de um serviço de transporte compartilhado com direção autônoma nos arredores de Londres . (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)