Jornal do Comércio
O presidente da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, Antonio Megale, afirma que o setor trabalha com bancos e com o governo no estudo de uma legislação que destrave a recuperação de veículos de inadimplentes.
“A situação é muito judicializada, e estatísticas dos bancos apontam que a recuperação de um veículo inadimplente leva até dois anos. Só que, nesse tempo, o carro pode já não se encontrar em condições adequadas, então o banco coloca um spread de risco muito elevado. A recuperação em um período menor poderia ajudar a reduzir taxas de juros e o custo do financiamento”, afirma.
Outro tema que não deve ser passageiro e precisa ser melhor compreendido é a mudança nas formas de trabalho da modernidade, aponta Maurício Prado, da consultoria Plano CDE. “Se olharmos em uma perspectiva histórica, de 20 anos, a formalidade cresceu muito no Brasil e não perdeu tudo com a crise. A situação econômica é conjuntural, mas esse mercado mais voltado para o freelancer ou o funcionário contratado por projeto e menos para uma relação de trabalho, isso pode ser uma mudança estrutural”, afirma.
Em nota, o Santander disse que não obriga o consumidor a comprovar sua renda na contratação de crédito se ele informar rendimento mensal de até R$ 2,5 mil. O banco afirma que o cliente passará por outras etapas de análise para formação do seu perfil de risco, como consulta à base de dados dos birôs de crédito. O Banco do Brasil disse que o cliente pessoa física que não tem comprovação de renda e deseja abrir uma conta, incluindo operações de crédito, pode lançar mão de declaração pessoal até o limite do valor de isenção de IR. (Jornal do Comércio)