Momento decisivo – Desempenho atual volta a animar fabricantes

O Estado de S. Paulo/Empresas Mais

 

Mapear quem está investindo no mercado e influenciando positivamente os segmentos em que atua é o objetivo do ranking Estadão Empesas Mais, que está em sua quarta edição. Realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a consultoria Austin Rating, o ranking foi desenvolvido com base em uma metodologia exclusiva que analisa as empresas em quatro dimensões financeiras – receita, lucratividade, porte e consistência histórica dos resultados -, o que permite definir com confiança aquelas que melhor influenciam seus setores e a economia como um todo.

 

A partir de uma base de informações financeiras de cerca de 3,6 mil empresas que fazem parte do banco de dados da Austin Rating, foi feita a análise dos resultados disponíveis nos últimos quatro anos. Essas empresas foram, então, classificadas de acordo com os critérios estabelecidos no estudo e posicionadas no ranking do Coeficiente de Impacto Estadão (CIE).

 

O desempenho do setor de veículos e autopeças em 2018 tem indicado sua recuperação econômica. Dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) no inicio de agosto apontam que o mês de julho foi o melhor para os fabricantes desde 2015, com 217,5 mil carros emplacados no País.

 

“Estamos quase voltando ao nível de 10 mil emplacamentos diários”, comemora Antonio Megale, presidente da entidade. O volume de emplacamentos em julho representou um crescimento de 7,7% sobre o mês anterior e, mais importante, de 17,7% sobre o mesmo Mês de 2017. De acordo com o executivo, o aumento, em maior ou menor grau, vem ocorrendo em todos os segmentos de atuação do setor, mas um em particular tem chamado a atenção: o relacionado ao agronegócio.

 

As vendas de máquinas agrícolas cresceram 27,7% nos 12 meses encerrados em julho, enquanto sua produção aumentou 23,8% no período. “As vendas relacionadas ao agronegócio cresceram 87% de janeiro a julho deste ano”, afirma Megale. Para ele, muito desse resultado vem dos seguidos recordes de produção agrícola. “Apesar do crescimento, não vemos investimentos do governo em infraestrutura para escoamento da produção. A conectividade é outro problema para um setor que vem se automatizando cada vez mais”.

 

Para Megale, a manutenção do bom desempenho nas vendas de máquinas e veículos agrícolas no futuro vai depender desses investimentos. “É preciso levar a internet de alta velocidade para todo o País. Esperamos que o próximo governo pense nisso”, provoca.

 

Exportações e empregos

 

Apesar do bom desempenho, nem tudo está bem. Por conta da crise nos principais mercados externos, como a Argentina e México, as exportações estão caindo. Somente entre os meses de junho e julho deste ano as exportações caíram 20,9% e o acumulado nos últimos doze meses chega a menos 21,7%. “Devemos fechar o ano com estabilidade, mas as exportações são um risco”, diz Megale.

 

O executivo cita o exemplo do mercado argentino, que comprava em média 84 mil veículos por mês. Hoje esse volume está na casa dos 64 mil veículos. “É importante termos a região crescendo, assim como o mercado interno”, afirma. Mesmo o agronegócio não tem conseguido segurar as vendas externas. Os dados da Anfavea mostram que, apesar de um avanço de 13,7% entre os meses de junho e julho deste ano, as exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias caíram 4,1% nos doze meses completados em julho.

 

Apesar da queda nas exportações, o mercado interno vem mantendo o ritmo de recuperação e voltando a gerar empregos. O setor empregava 126,8 mil pessoas em julho de 2017 e fechou julho deste ano com 132 mil profissionais. Alta de 4,1%. “Somente em julho, abrimos 546 vagas”, comemora. Mesmo diante da incerteza das eleições, o cenário para este ano é positivo. “O setor deve fechar o ano com crescimento de 11,9% na produção e de 11,7% no licenciamento de veículos”, conclui.

 

As maiores – classificação

 

Categoria – Geral CIE 2017 – Empresa – UF – Receita liquida (R$ mil)

1 – 25 – Embraer – SP – 13.180.886

2 – 31 – Renault do Brasil – PR – 11.238.343

3 – 113 – Peugeot Citroën – RJ – 4.287.533

4 – 280 Mahle Metal Leve – SP – 1.896.701

5 – 309 – Marcopolo – RS – 1.670.994

(O Estado de S. Paulo/Empresas Mais)