Estradão
Na corrida por um transporte sem emissão de poluentes que ao mesmo tempo entregue eficiência operacional, tanto do ponto de vista da produtividade quanto dos custos, alinham todas as fabricantes de caminhões. Os representantes das montadoras não deixam dúvidas de que o veículo 100% elétrico se apresenta como grande parte da solução. Sua viabilidade comercial para os dias atuais, no entanto, ainda esbarra na carência de infraestrutura e no alto custo das baterias.
No Salão Internacional de Veículos Comerciais de Hanover, Alemanha, aberta até 27 de setembro, a Scania deixa claro que o percurso na evolução tecnológico segue por etapas. Antes da eletrificação total, cabe oferecer eficiência a partir de propulsões alternativas, especialmente baseada em biocombustíveis.
Baseada em sua nova geração de caminhões, a marca levou para seu estande novas opções híbridas ao transportador, tanto em versão plug-in (PHEV) quanto elétrico híbrido (HEV), ambos com possibilidade de funcionar com chamado HVO, óleo vegetal tratado com hidrocarbonetos ou diesel.
Os modelos, prontos para chegar ao mercado, incorporam ainda o que a marca chamou de Scania Zone, um pacote de serviço que permite programar o veículo de acordo com regras de determinadas zonas geográficas, como velocidade, ruído ou mesmo emissões. Assim, ao entrar em uma região pré-definida, o caminhão passa a circular conforme as regras estabelecidas, por exemplo, a 20 km/h, em modo 100% elétrico.
Junto às novidades híbridas, a Scania reforça suas propostas em motores movidos a combustíveis alternativos, como o B100 (100% biodiesel), o gás – gasoso ou liquefeito -, além do etanol. Opções para a mais diversas aplicações estão presentes na área da empresa e, neste universo, a operação brasileira passa a andar a par e passo com a Europa.
“O Brasil tem excesso de combustíveis alternativos”, diz Celso Mendonça, gerente de desenvolvimento de negócios da fabricante. “A tecnologia elétrica é o futuro, mas ainda as baterias são pesadas e o custo muito alto.”
No próximo dia 27 de dezembro, sairão da linha de montagem da fábrica de Scania em São Bernardo do Campo (SP), as últimas unidades da série PGR no mundo. No lugar, entra em produção a nova geração de caminhões Scania e, com eles, ofertas inéditas de motores movidos a combustíveis alternativos para o transportador brasileiro, como o bioetanol e o biometano.
“É também oportunidade de desenvolver soluções locais”, afirma Christopher Podgorsky, presidente da Scania América Latina. “Com o motor de 13 litros há nichos de uso com etanol ou gás. No setor sucroalcooleiro, por exemplo, o processo fabril tem matriz energética fóssil, mas pode o bagaço da cana é matéria-prima para a biomassa e, dela, a possibilidade de produzir biogás”. (Estradão)