Volkswagen já avalia alternativas para ampliar a produção no País

AutoIndústria

 

O mercado brasileiro ainda está longe dos seus melhores dias, mas a Volkswagen já começa a ter pela frente uma boa preocupação. Com o lançamento de vários produtos no último ano, um cronograma ainda mais intenso até 2020 e as fábricas de veículos de São Bernardo do Campo e a de motores de São Carlos (SP)  produzindo no limite da capacidade, Pablo Di Si, presidente da empresa na América do Sul, admite que já estuda como aumentar a produção.

 

A Volkswagen produziu cerca de 412 mil veículos no Brasil no ano passado e Di Sí projeta volume 10% maior este ano, próximo de 450 mil unidades. O crescimento seria  ainda maior, da ordem de 15%, caso a Argentina, principal destino dos automóveis brasileiros, não enfrentasse momento econômico crítico, admite o executivo. “Já reduzimos nossa programação de produção em função disso. A Argentina seguirá em um quadro bastante difícil pelos próximos seis meses.”

 

O caminho mais fácil para aumentar a produção, naturalmente, seria ocupar integralmente a planta de Taubaté (SP), que pode produzir até 325 mil unidades anuais e que ainda tem espaço. A de São José dos Pinhais (PR), a quarta unidade da montadora no País, tem algum fôlego apenas por enquanto. Com o início de produção do T-Cross, utilitário esportivo que chegará ao mercado no fim do primeiro trimestre de 2019, mais os atuais produtos já em linha, Di Si espera rapidamente chegar próximo da capacidade instalada de 160 mil veículos no Paraná.

 

A decisão de onde alocar a produção de novos veículos é importante, já que a empresa tem definida a fabricação local de um carro compacto de entrada, de grande volume, portanto. “Vamos estudar todas as possibilidades para equilibrar nossas necessidades”, disse Di Sí, que contabiliza onze lançamentos de veículos nos onze meses em que está à frente da operação.

 

Com o crescimento das exportações, a fábrica de motores de São Carlos dobrará os volumes produzidos em 2018. De acordo com o executivo, sairão da linha de montagem 400 mil unidades, contra as cerca de 200 mil do ano passado. “O Jetta que estamos importando do México, por exemplo, tem o coração brasileiro”, ilustra Di Sí, referindo ao 1.4 TSI que equipa o sedã apresentado oficialmente na noite desta quinta-feira, 20, em São Paulo.

 

Qualquer definição, contudo, dependerá da continuidade de retomada mais consistente do mercado interno de veículos. O próprio presidente da Volkswagen, porém, afirma ter notado uma redução do fluxo de clientes nas revendas  nas últimas semanas. “Talvez por conta da proximidade das eleições presidenciais”, ponderou. “Mas não acredito que encerraremos 2018 com os 14% de crescimento acumulado até agosto”. (AutoIndústria/George Guimarães)