Mercado de caminhões tem melhor mês desde 2015

AutoIndústria

 

Os negócios no segmento de caminhões seguem em trajetória consistente de recuperação. Apesar da base de comparação baixa, como ressalta o presidente da Anfavea, Antonio Megale, o mês de agosto representou “crescimento importante”.

 

No mês passado, as vendas de caminhões somaram 7,5 mil unidades, alta de 54,2% sobre agosto do ano passado, quando os emplacamentos alcançaram 4,8 mil veículos.

 

Para Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea e diretor da Volkswagen Caminhões e Ônibus, é difícil avaliar pontualmente o mês em virtude da complexidade da venda de veículos de carga, que pressupõe instalação de implementos antes de chegar às ruas. “Vale observar, porém, que o ano começou anotando crescimento de 54%, mas que foi declinando ao longo dos meses. Agosto marca uma reversão da curva. Torcemos para que continue assim.”

 

No acumulado até agosto, os 46 mil caminhões negociados representaram volume 49,5% superior ao obtido no mesmo período do ano passado, de 30,8 mil unidades.

 

Com o mercado interno aquecido, a produção de caminhões em agosto contabilizou 9,5 mil unidades, expansões de 9,1% sobre julho, quando produziu 8,7 mil veículos, e de 12,8% na comparação mensal de um atrás ao registrar 8,4 mil caminhões.

 

De janeiro a agosto, saíram das linhas de montagem 67,9 mil unidades, volume 31,7% acima do apurado um ano antes, de 51,6 mil caminhões produzidos.

 

De acordo os representantes da Anfavea, a produção só não foi mais substância em virtude das exportações, prejudicadas especialmente pelas dificuldades que passam a Argentina, o maior comprador do País.

 

No mês passado, os 2,1 mil caminhões embarcados representaram uma estabilidade em relação a julho, com leve alta de 0,6%, mas foi 18% menor do que o volume apurado no mesmo mês do ano passado, de 2,6 mil unidades exportadas.

 

O desempenho negativo mensal também começa a influenciar o resultado do ano. Os 18,6 mil caminhões exportados de janeiro a agosto representaram um recuo de 2% em relação às 19 mil unidades embarcadas no mesmo acumulado do ano passado.

 

Segundo Megale, as exportações de caminhões somente para Argentina sofrem uma queda de 23%. “A participação dos pesados nos embarques para Argentina era de 60%, hoje representa 43%. Mas vale dizer que o Brasil ganhou novos mercados para caminhões. Por exemplo, a Rússia, que apresentou um crescimento de 158%, e a África do Sul, com alta de 49%. A Argentina, no entanto, mesmo com as dificuldades, ainda é responsável por mais de 75% das compras de veículos do Brasil”. (AutoIndústria/Décio Costa)