Diário de Pernambuco
Um motorista que gosta de viajar, não dispensa tecnologia e ama o diferente vai ser o público mais entusiasta do C4 Cactus. A Citroën trouxe o carro, que já é comercializado na Europa desde 2014, para o Brasil e começará a entregar as primeiras unidades do SUV em outubro. O carro será produzido na planta do Grupo PSA no Rio de Janeiro e compartilhará da mesma plataforma que o C3. Já testamos e contamos aqui as primeiras impressões. Já adiantando, atestamos: o carro tem pegada forte.
É a mistura de tudo que deu certo. O motor do Cactus não é novidade, assim como os seus itens tecnológicos. É que o 1.6 turbo que equipa a versão topo de linha do SUV já é presente no 3008. Ao todo, são seis versões do veículo. A configuração de entrada é a Live, seguida pela Feel, Feel Business, Feel Pack, Shine e Shine Pack. O motor 1.6 aspirado é oferecido nas três primeiras, enquanto o turbo equipa as duas mais caras. Ambos são flex. Mas a que chama atenção e que deve ser a mais pedida pelo público é a mais completa, Shine, que conta com motor 1.6 turbo flex, que pode gerar 173 cavalos e tem um torque de 24,5 kgfm.
Essa opção vem com câmbio automático de seis marchas e permite que o carro vá de 0 a 100 km/h em pouco mais de sete segundos. O SUV tem tração dianteira, direção elétrica e rodas de aro 17. O comprimento fica na casa dos 4,17 metros, a largura em 1,71 metros e a altura em 1,56. O entre-eixos de 2,60 metros permite que pessoas como a reporter que vos escreve, que tem 1,73 m de altura, consiga viajar no banco traseiro sem demais problemas.
Além disso, tecnologias assistidas a condução do motorista que também estão inclusas no SUV da Peugeot, podem ser encontradas na novidade. Desde a versão básica, o SUV compacto tem ar-condicionado digital, direção elétrica, luzes diurnas de LED, faróis alógenos, vidros (todos com acionamento por um toque), travas e retrovisores elétricos, computador de bordo, indicador de troca de marcha, ajuste de altura e profundidade do volante, Bluetooth e entrada USB.
A partir da versão Feel, o carro ganha bancos traseiros bipartidos e central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto com comandos no volante. O carro tem de série apenas dois airbags, freios ABS, Isofix, cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes. Mas dá para contar com quatro airbags, é só ir pra opção C4 Cactus Feel Pack ou Shine. Já para ter seis airbags, é preciso levar a versão topo de linha Shine Pack.
Bancos de couro são exclusividade topo de linha, assim como o pacote de tecnologias de segurança que ajudam o motorista. Leia-se: alerta de saída de faixa, alerta de atenção do condutor, indicação de descanso, sistema de frenagem automática e alerta de colisão.
Grip Control
Apesar de não contar com opções com tração integral, o Citroën tem uma tecnologia batizada de Grip Control. O sistema altera o comportamento do carro de acordo com o modo de condução selecionado pelo motorista. Além do modo padrão, há configurações para areia, lama, neve e uma que desativa os controles de tração e estabilidade.
Esteticamente falando, o carro é pra frente. A Citroën modificou alguns aspectos em relação a versão europeia, mas a grade com todas as luzes e faróis separadas e as lanternas tridimensionais chegaram no Brasil. O raque de teto é de série, assim como uma proteção lateral que serve para minimizar possível “encontrões” da porta com algum obstáculo em estacionamentos.
No entanto, não é possível trocar as marchas com as borboletas atrás do volante, o carro não conta com essa opção. Nem tão pouco transitar com cinco pessoas – é que o espaço para um passageiro ficar no meio é apertado e tem a elevação no assoalho que incomodaria os mais altos. O câmbio é curto e pequeno. O que não deve ser um ponto negativo para quem escolher a opção com a caixa automática. Com a manual, deve dá trabalho. No entanto, o ponto fraco do veículo está nitidamente encontrado no porta-malas. É que o carro conta apenas com 320 litros.
Os preços partem dos R$ 68.990 e chegam a R$ 98.990. E é com essa tabela de preço que a Citroën pretende entrar no ranking dos SUVs mais vendidos. A aposta é grande. Visto que a versão mais completa do Cactus é a mais barata entre os principais concorrentes, como Renegade (R$ 108 mil), Tracker (R$ 105.240), EcoSport (R$ 100.020), Kicks (R$ 104.190), Creta (R$ 109.340), Captur (R$ 104.840) e HR-V (R$ 112.800). O carro chega nas concessionárias da marca em outubro, mas já está disponível para pré-venda.
A Citroën acertou em trazer um veículo com o mix das jogadas acertadas do grupo PSA. Inclusive, esse é o lançamento que leva todas as apostas da marca no setor automotivo nacional. (Diário de Pernambuco/Thainá Nogueira)