Jornal do Carro
No ano que vem chegará às telonas um longa metragem, ainda sem nome definido, sobre a rivalidade entre Ford e Ferrari na temporada de 1966 da 24h de LeMans, na França. Mais do que a briga entre as duas equipes, que acabou com a vitória da Ford e o sucesso do icônico GT40, a disputa deixou em evidência duas famílias poderosas no mundo automotivo.
De um lado estavam os Ferrari, capitaneados por Enzo Ferrari, criador da marca de superesportivos. O “comendador”, como era chamado, teve dois filhos. Alfredo “Dino”, que deveria suceder o pai, mas morreu em 1956 de distrofia muscular, e Piero, atual vice-presidente da empresa.
Ford
Do outro lado da disputa estava a Ford, criada em 1903 por Henry Ford – o primeiro Model T foi lançado em 1908. Ele teve apenas um filho, Edsel, que foi presidente da empresa até sua morte, em 1943. Edsel foi sucedido na companhia por seu filho mais velho, Henry Ford II.
O neto do fundador da companhia ficou no comando da Ford até 1960, quando foi substituído por Phillip Caldwell, primeiro presidente que não fazia parte da família.
Os Ford, no entanto, não deixaram de atuar no grupo que leva seu nome. O filho mais novo de Edsel, William Clay Ford, também assumiu várias posições na companhia. Ele foi o último dos netos de Henry Ford a falecer, em 2014.
Um de seus filhos, William Clay Ford Jr, ainda faz parte do conselho da empresa e chegou a presidi-la até 1999.
Firestone
Os Ford ainda têm uma ligação íntima com os Firestone, fundadores da conhecida fabricante de pneus. William Clay Ford se casou em 1947 com Martha Parke Firestone, neta de Harvey e Idabelle Firestone.
A relação das duas empresas ultrapassou o âmbito familiar e a Firestone forneceu pneus para a linha de montagem da Ford por mais de 90 anos.
O “casamento” nos negócios só foi desfeito nos anos 2000. Tudo por causa do escândalo do recall dos pneus defeituosos que equipavam o Ford Explorer e causaram vários acidentes graves.
Os “Kennedy da Itália’
A família Agnelli é daquelas dignas de filme. Entre ricos empresários, bon vivants, políticos e até príncipes e princesas, o clã é um dos mais ricos e influentes da Itália. Muito por causa da criação da Fabbrica Italiana Automobili Torino, a Fiat, em 1899. Um dos investidores era Giovanni Agnelli, patriarca da família.
Um dos filhos de Giovanni, Edoardo Agnelli II (em homenagem ao avô, Edoardo Agnelli), se tornou o principal acionista da Fiat. Mas foi sob a batuta de um de seus filhos mais novos, Gianni Agnelli, que a Fiat cresceu e se expandiu pelo mundo.
Gianni assumiu a presidência da Fiat em 1966 e revolucionou a empresa. Abriu fábricas em vários países, incluindo a unidade brasileira, e modernizou processos produtivos.
O executivo também ficou conhecido por causa do seu estilo e senso de humor peculiares. Ele era visto como a personificação do homem italiano.
Gianni teve dois filhos de seu casamento com a princesa Marella Caracciolo, Edoardo Agnelli III e Margherita Agnelli. Edoardo não se envolveu nos negócios da família, diferentemente dos filhos de Margherita, John e Lapo Elkann.
Lapo atuou nas áreas de marketing da empresa e John foi escolhido o “herdeiro” da cadeira de seu avô, Gianni. John está à frente da FCA e controla todas as atividades da companhia em conjunto com o atual CEO, Michael Manley. (Jornal do Carro)