Ações da Tesla caem 9% após entrevista de Elon Musk

O Estado de S. Paulo/The New York Times

 

As ações da fabricante de carros elétricos Tesla caíram 9% ontem, depois que o presidente executivo da empresa, Elon Musk, disse ao jornal americano The New York Times que não consultou nenhuma outra pessoa sobre sua recente declaração pública em que propôs fechar o capital da empresa. Os papéis da empresa encerraram o dia cotados a US$ 305,50.

 

Pelo Twitter, Musk informou que gostaria de tirara Tesla da bolsa de valores caso o preço das ações da empresa chegasse a US$ 420. A declaração incentivou compras de papéis, mas depois gerou uma onda de desconfiança do mercado e também uma investigação da SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos.

 

O jornal também informou que a Tesla está em busca de um executivo para ser o braço direito de Elon Musk. A ideia é tirar parte da pressão dos ombros do presidente. Nos últimos meses, Musk tem sido criticado por problemas de produção de carros elétricos e por seu comportamento errático no Twitter – recentemente, ele disse que um dos bombeiros do caso dos meninos da Tailândia era pedófilo.

 

Musk disse ao NYT que não tem planos de renunciar ao seu posto duplo na companhia – ele acumula as presidências executiva e do conselho. Essa posição é criticada por analistas.

 

Choro. Durante a entrevista, que durou cerca de uma hora, Musk chegou a chorar algumas vezes. “Esse ano foi o mais difícil e doloroso da minha carreira”, disse. Ele contou que houve ocasiões em que não saiu da fábrica por três ou quatro dias seguidos. “Tive de fazer isso e fiquei sem ver meus filhos ou amigos.”

 

O executivo disse ainda que chegou a trabalhar 120 horas por semana e passou as 24 horas de seu aniversário na empresa. Musk também comentou que não passa uma semana longe do trabalho há quase duas décadas – a última vez que fez isso foi em 2001, quando contraiu malária.

 

Recursos

 

As principais patrocinadoras do fechamento de capital da Tesla, segundo Musk, seriam fundos como o FIP (da Arábia Saudita), o Mubadala (Abu Dabi), e o SoftBank (do Japão). O executivo, porém, pode usar dinheiro próprio na empreitada: segundo o NYT, a empresa de engenharia aeroespacial de Musk, a SpaceX, pode participar da negociação. (O Estado de S. Paulo/The New York Times)