Jornal do Carro
A montadora Jeep vende praticamente apenas dois carros no Brasil. Há Cherokee, Grand Cherokee e Wrangler, mas o volume é quase todo concentrado no Renegade e no Compass.
Desses dois modelos, o mais em conta, Renegade, parte de R$ 69.990. Já o Compass mais barato começa em R$ 109.990.
Mesmo sendo uma marca exclusiva de SUVs, e com modelos longe de serem baratos, a montadora Jeep virou uma ameaça para as fabricantes mais generalistas.
Primeiro, ela deixou a Nissan para trás. Agora, pelo segundo mês em 2018, a montadora Jeep está “fungando no cangote” da Honda.
O segmento de sedãs médios não vai bem. Nele, o Elantra foi o que obteve o pior desempenho, com 33 emplacamentos.
Montadora Jeep x Honda
A linha da Honda é muito mais extensa que a da montadora Jeep. Começa com o Fit, passando por City, WR-V, HR-V e Civic. Todos são nacionais.
Há ainda dois modelos importados, com vendas baixas: o sedã Accord e SUV médio CR-V.
O carro-chefe da Honda no Brasil é o HR-V. Porém, nos três últimos meses, ele perdeu a briga direta com o rival Renegade.
Já o Compass se tornou, no ano passado, o SUV mais vendido do Brasil. Em 2018, ele vem nadando de braçada. O carro é presença constante na lista dos dez mais vendidos do País.
Já o WR-V vem perdendo espaço mês a mês. O carro, após um bom começo, parece não ter dado muito certo no mercado brasileiro (leia detalhes aqui).
O Civic também registrou leve queda em julho. Já o Fit e o City tiveram crescimentos discretos.
Como resultado, a Honda, mesmo com cinco carros de volume, somou 9.853 emplacamentos no mês passado. A Jeep teve 9.436 unidades vendidas.
Em maio, a diferença entre as duas marcas foi semelhante. Já em junho, a Honda havia conseguido abrir um pouco de vantagem para a montadora Jeep (cerca de 700 unidades).
Montadora Jeep vai ultrapassar?
O que ajuda a Honda é o fato de ela não ser uma montadora com alto investimento no atacado. Já a Jeep vai em direção completamente oposta: mais de 50% de suas vendas são diretas.
Isso significa que a Honda tem um público bem mais cativo do que a Jeep. Até por isso, na briga que está se estabelecendo entre os SUVs compactos em 2018 (leia aqui), o HR-V consegue se manter na liderança no acumulado do ano.
As vendas no atacado dependem muito de contratos fechados pelas montadoras. Por isso, uma fabricante que tem um bom desempenho de varejo aumenta suas chances de ir melhor no acumulado do ano.
Por outro lado, a Jeep vem conseguindo manter seus carros firmes em posições de liderança. O bom desempenho da marca no atacado não dá a impressão de ser algo pontual: ele já dura pelo menos três meses.
Ainda assim, acho difícil, quase impossível, a Jeep ficar à frente da Honda no acumulado do ano. Afinal, a japonesa já tem cerca de 15 mil exemplares de vantagem.
Porém, em um ou outro mês, acredito que a empresa da FCA tenha sim condições de ficar à frente.
E as outras montadoras? Por enquanto, as que estão à frente da Honda ainda não podem ser ameaçadas. Porém, é bom que fiquem de olho: a montadora Jeep tem planos de expandir sua linha no Brasil – inclusive com um utilitário de sete lugares.
Jeep x Nissan
Foi no ano passado que a montadora Jeep conseguiu deixar a Nissan para trás. Com isso, se tornou a nona colocada no ranking de vendas de marcas (a Honda é oitava). O Compass foi decisivo para o triunfo.
A surpresa foi grande. Afinal, a Nissan tem uma linha ampla, que inclui o SUV Kicks, um dos mais vendidos do Brasil. Há ainda os compactos March e Versa, o sedã médio Sentra e a picape Frontier.
O problema da Nissan é que, mesmo tendo representantes em todos os principais segmentos de carros do Brasil, só o Kicks vende bem. Não dá para dizer que os compactos têm volumes irrelevantes. O March, por exemplo, somou 1.128 unidades vendidas em julho.
Porém, dentro de seu segmento, esse número é sim irrelevante. Afinal, estamos falando da maior categoria do Brasil, a de hatches compactos. O líder Onix registrou 16.856 emplacamentos no mesmo mês.
A Frontier, por sua vez, é a “lanterna” do segmento de picapes médias. Com isso, a montadora Jeep já tem vantagem de 5 mil exemplares para a Nissan no acumulado do ano. (Jornal do Carro)