Testando os elétricos

Metro Brasil

 

Que os veículos elétricos são o futuro das frotas automotivas ninguém duvida, mas será viável carregar esses carros na tomada de casa? E haverá eletropostos suficientes para o reabastecimento do veículo? Esse é o assunto da terceira matéria da série de reportagem do Metro Jornal sobre tecnologia e o impacto na vida dos cidadãos.

 

A estimativa é a de que, em 2020, serão 13 milhões de carros “limpos” circulando pelo planeta e, em 2030, esse número salte para 140 milhões, de acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), No Brasil, os números ainda são tímidos, Existem atualmente 7.240 veículos elétricos emplacados, segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

 

As vantagens do carro elétrico em relação aos que usam combustíveis fósseis são inúmeras, que vão pela ausência da emissão de gases poluentes até a economia de dinheiro (cerca de 80% em relação ao que os motoristas gastam atualmente).

 

Especialistas acreditam, porém, que o calcanhar de Aquiles dos carros elétricos seja a bateria, que é pesada, cara e representa quase metade do custo do veículo. Além disso, a forma como os carros serão abastecidos e a incerteza do consumidor quanto à existência de eletropostos (pontos de carregamento) suficientes nas cidades e estradas são pontos que impedem o desenvolvimento mais rápido da indústria dos elétricos.

 

Em Campinas, um estudo sobre o impacto desses veículos na rede de distribuição de energia tem sido feito pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) em Telecomunicações em parceria com a CPFL ( Companhia Paulista de Força e Luz). “Estamos realizando diversos testes em veículos elétricos, de diferentes fabricantes, para avaliar o comportamento durante a recarga da bateria e o impacto que esse processo pode causar na rede elétrica”, explica Vitor Arioli, pesquisador do CPqD. O programa, que teve investimentos de R$ 21,2 milhões, deve ser concluído no segundo semestre.

 

Testes

 

Para realizar esses testes, foram instalados quatro pontos de carregamento no laboratório: um rápido, um semi-rápido e dois lentos. O eletroposto considerado rápido permite o carregamento da bateria em 30 minutos (para 80% de carga) a uma hora (para 100%). Já o semi-rápido possibilita o carregamento completo da bateria no período de uma a duas horas. Os outros dois eletropostos demandam de 6 a 8 horas para o carregamento da bateria.

 

A CPFL e o CPqD estimam que o consumo de energia aumentaria entre 0,6% e 1,6% no SIN (Sistema Interligado Nacional) em 2030, quando as previsões indicam que a frota de carros elétricos pode alcançar entre 4 milhões e 10,1 milhões de unidades. (Metro Brasil)