Tata Nano em tempo de dizer adeus

AutoIndústria

 

O Nano, modelo desenvolvido pela indiana Tata Motors, parece estar vivendo os seus últimos momentos depois de dez anos de vida. Reportagem da agência de notícias Bloomberg chega até mesmo a pedir consternada um minuto de silêncio em homenagem ao carro que foi pensado para se tornar o veículo da família indiana em substituição às motocicletas.

 

De acordo com a agência o diagnóstico do óbito do Nano é baseado nos números. A Tata produziu apenas uma unidade do modelo em junho, contra 275 no mesmo mês do ano passado. Como também não foi registrado nenhum embarque para outros mercados, enquanto em junho de 2017 as remessas somaram 25 unidades.

 

Para a imprensa indiana, no entanto, porta-voz da empresa não confirma o fim da produção do carro, dizendo que o modelo reflete o espírito inovador da empresa e seus líderes.

 

“As decisões a respeito do ciclo de vida de um produto partem de uma visão holística, tomada depois de considerar desenvolvimentos do mercado e regulamentos. O planejamento de produção de um carro é uma gestão consciente da demanda, do inventário do sistema e das eficiências planejadas. Portanto, especular sobre o destino de um carro com base na produção de um mês é algo que a empresa não gostaria de participar”.

 

A verdade é que o Nano, revelado como o “carro do povo” em 2008, durante o Salão do Automóvel de Nova Délhi, nunca chegou a ser o sucesso de venda que a empresa esperava. A estimativa da montadora, na época, era entregar 250 mil unidades/ano, mas ao longo do período nunca superou o patamar de 80 mil unidades anuais.

 

Concebido para mercado emergentes, o Nano chegou inclusive a ser cogitado para desembarcar no Brasil. Seu fracasso, porém, pode revelar algumas lições, afinal, apesar do preço, de que adianta cortar custos de produção ao máximo se o resultado for um veículo pouco confiável, com tendência a pegar fogo, como aconteceu com o modelo em diversas ocasiões, e reprovado em qualquer teste de colisão.

 

O Tato Nano é vendido na Índia por US$ 3.500,00 por volta de R$ 12.000,00. (AutoIndústria)