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A montadora norte-americana Tesla elevou os preços de seus carros Model X e S em cerca de 20% na China, sendo a primeira empresa dar tal passo no maior mercado automotivo do mundo em resposta ao crescimento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
A medida é a mais recente indicação de quanto as tarifas chinesas mais altas sobre certas importações norte-americanas vão ser repassadas para os compradores, com a expectativa de que outras montadoras sigam o exemplo ou transfiram uma parcela maior da produção para a China.
“É apenas o primeiro capítulo dessa história”, disse James Chao, analista da consultoria IHS Markit, que espera que mais empresas globais sejam prejudicadas por essa disputa comercial.
A China anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre importações de diversos produtos dos Estados Unidos, incluindo carros, após o presidente norte-americano, Donald Trump, impor tarifas sobre o equivalente a US$ 34 bilhões de produtos chineses.
As tarifas chinesas devem prejudicar montadoras, empresas que fabricam componentes industriais nos Estados Unidos e produtores de soja, uísque e de outros itens agrícolas.
Para a Tesla, que está queimando caixa rapidamente e sofrendo para se tornar lucrativa, a China é um mercado importante. As vendas no país responderam por cerca de 17% de sua receita no ano passado.
Em maio, a Tesla cortou o preço em até US$ 14 mil de seu Model X na China, após Pequim dizer que reduziria tarifas de importação para 15%, ante 25%, para a maioria dos veículos a partir de 1º de julho.
No entanto, as mais recentes tarifas retaliatórias significam que importadores terão de desembolsar um total de 40% em encargos sobre todos os carros fabricados nos EUA que eles vendem na China.
O aumento de preços da Tesla entrou em vigor no fim de semana.
Seu sedã básico Model S na China agora custa cerca de 849.900 iuanes (US$ 128.779), ante 710.579 iuanes em maio. Já o utilitário esportivo Model X custa cerca de 927.200 iuanes, ante 775.579 iuanes, de acordo com o website da Tesla.
Esses preços são mais de 70% acima dos praticados nos EUA, onde o sedã básico Model S é vendido por US$ 74.500.
“Elevar os preços vai prejudicar as vendas, mas a deficitária Tesla precisa aumentar os preços porque ela não pode absorver os custos mais altos das tarifas”, disse o analista Efraim Levy, da CFRA. (Portal G1/Reuters)