Guerra comercial coloca em risco vocação exportadora da indústria automotiva dos EUA

O Globo

 

Nos últimos anos, montadoras como BMW e Daimler investiram bilhões de dólares para ampliar a produção nas fábricas dos Estados Unidos e vender veículos para a China e outros mercados. A guerra comercial iniciada pelo governo Donald Trump, no entanto, coloca a estratégia em risco, aponta reportagem do jornal “Wall Street Journal”.

 

As duas empresas estão entre as montadoras estrangeiras com atuação nos Estados Unidos que mais devem sofrer com as novas tarifas chinesas, impostas como retaliação diante da imposição de sobretaxas pelos americanos. A Volvo também inaugurou recentemente uma unidade de produção em Charleston, na Carolina do Sul, para inicialmente produzir para o mercado doméstico, mas depois produzir outros modelos para exportação.

 

As montadoras têm fábricas no sul dos EUA, onde empregam milhares de funcionários e produzem veículos para serem vendidos não apenas nos Estados Unidos, mas também na China e na Europa.

 

A fábrica da BMW em Spartanburg, na Carolina do Sul, completou 25 anos em 2017 e atualmente está em expansão, movimento que deveria criar mil novos postos de trabalho. Atualmente, há nove mil trabalhadores na unidade, que é a maior da BMW e a principal produtora de utilitários, os conhecidos SUVs. Com a expansão, deve produzir 450 mil veículos por ano, dois terços deles para exportação.

 

Mais produção na China

 

A guerra comercial já pressionou a montadora alemã por mudanças: a BMW assinou um acordo com chinesa Brilliance Automotive Group Holdings para expandir a joint-venture que já tinham, com o objetivo de elevar a produção nas duas fábricas da China para 20 mil veículos em 2019.

 

Na fábrica da Daimler, marca da Mercedes-Benz, em Tuscaloosa, no estado do Alabama, dois terços dos 300 mil veículos produzidos por ano são exportados. É nesta unidade que são produzidos modelos como GLS, GLE e GLE Coupe. (O Globo)